De acordo com a executiva, o País tem indicadores de saneamento na rabeira de países em desenvolvimento, com cerca de 35 milhões de cidadãos sem água tratada e outros 100 milhões sem conexão com a rede de coleta de esgoto. Além dos três Estados que já têm projetos incluídos no programa de concessões do governo, como Rio, Rondônia e Pará, já há interesse manifestado pelos Estados da Bahia, Espírito Santo e Rio Grande do Norte para realizar concessões no setor.
Esse é um tema que não tem discussão, no sentido de que tem que ser feito. Os números do atraso são impressionantes. Mais de 50% das escolas não estão conectadas à rede de esgoto. O volume de recursos é muito grande para se universalizar o sistema de saneamento, são necessários pelo menos R$ 300 bilhões. Com a crise fiscal em todos os níveis de governo, somente com o setor privado, afirmou a presidente após participar do Fórum Nacional, no Rio. Segundo ela, o setor tem altas taxas de retorno, por isso as concessões podem ser viabilizadas.
Já há três reuniões agendadas entre os dias 23 e 25 de setembro com representantes dos governos estaduais quando o BNDES apresentará o tipo de apoio desenhado para as concessões de saneamento. As reuniões na próxima semana deverão ocorrer em conjunto com técnicos do Ministério das Cidades e da Caixa Econômica Federal (CEF).
Todos os Estados estão potencialmente interessados. Faremos desde a contratação do estudo até a assinatura do contrato, disse Maria Silvia. Temos recursos orçamentários previstos. É um investimento que podemos ressarcir na hora do leilão. Se tiver sucesso, a gente ressarce o valor investido. Quem ganhar o leilão, lá na frente, vai pagar os estudos para que a gente possa aplicar isso continuamente, explicou.
Oi
Um dos principais credores e também acionista da Oi, o BNDES acompanha a evolução do plano de recuperação judicial da operadora de telefonia. De acordo com Maria Silvia Bastos, a instituição não irá se manifestar sobre a disputa entre os principais acionistas e as mudanças na composição do conselho de administração, definidas nesta terça-feira, 13.
O banco está acompanhando a recuperação judicial como credor; temos garantias e estamos acompanhando plano de recuperação, mas não temos comunicação a fazer sobre movimentos de acionistas, afirmou a presidente do BNDES.
Nesta terça, foram anunciadas mudanças na composição do conselho de administração da operadora após acordo entre dois dos principais acionistas. A Pharol (antiga Portugal Telecom, maior acionista individual) e o fundo Société Mondiale, ligado ao empresário Nelson Tanure, fecharam acordo que prevê a reorganização do conselho de administração. Ontem, já foram realizadas as primeiras mudanças, com a saída de dois conselheiros.