17 de Maio de 2016 - 14h:29

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Sem medidas, desemprego pode chegar a 14%, diz Meirelles

Por: G1

Ministro apresentou projeção em reunião com Temer e centrais sindicais. Segundo ele, índice só ocorreria se não houvesse melhora da confiança. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta terça-feira (17) que o desemprego no país poderia chegar a 14% se "nada for feito" para restaurar a confiança na economia. Essa projeção foi apresentada pelo ministro em reunião com centrais sindicais e com o presidente em exercício Michel Temer nesta segunda (16). "O que eu disse lá precisamente é que, se nada for feito, se não tomarmos medida nenhuma, se não for restaurada confiança, se não forem tomadas medidas que visam restaurar trajetória da evolução da dívida publica. Em resumo, sem a restauração da confiança e com a economia em contração, como está no momento, e se isso continuasse, o que obviamente não é o caso, o desemprego poderia chegar a 14% ao ano", disse. Meirelles falou durante o anúncio dos integrantes de sua equipe econômica. Ele indicou para a presidência do BC o economista Ilan Goldfajn. Também foram confirmados os nomes dos economistas Mansueto Almeida (Secretaria de Acompanhamento Econômico), Carlos Hamilton (Secretaria de Política Econômica) e a manutenção, pelo menos por enquanto, de Jorge Rachid na Receita Federal e de Otávio Ladeira no Tesouro Nacional. Desemprego em alta Recentemente, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o desemprego ficou em 10,9% no primeiro trimestre deste ano. Essa taxa é a maior desde o início histórica da Pnad Contínua, em 2012. No trimestre encerrado em dezembro, o índice havia chegado a 9% e no primeiro trimestre de 2015, bateu 7,9%. Segundo o IBGE, o aumento da taxa de desocupação ocorreu por causa da alta expressiva da desocupação, redução da ocupação e aumento da força de trabalho. “Está acelerando porque tem mais pessoas na população desocupada e menos pessoas na população ocupada. E isso está indo de forma bastante consistente ao longo dos últimos meses”, observou Cimar Azeredo, coordenador de trabalho e rendimento do IBGE. Melhora da confiança Para a retomada da confiança na economia brasileira, o novo ministro da Fazenda tem dito que é importante reequilibrar as contas públicas - que passam atualmente por forte deterioração. Nos últimos dois anos, foram registrados déficits fiscais (despesas maiores que arrecadação), sendo o último deles, em 2015, superior a R$ 110 bilhões. O novo ministro da Fazenda já indicou que o ajuste nas contas, que em tese pode ser implementado por meio de cortes de gastos e de alta de tributos, é um dos principais desafios da economia neste momento. Ele avaliou que a dívida pública não pode continuar subindo na proporção com o PIB e que é importante tentar retomar os superávits nas contas públicas. De acordo com Meirelles, a melhora das contas seria importante para a volta da confiança dos investidores e consumidores, para o aumento do investimentos e, subsequentemente, para o retorno do processo de crescimento da economia com geração de empregos. Para atingir o objetivo de reequilibrar as contas públicas, Meirelles não descartou a possibilidade de retorno da Contribuição Provisória Sobre Movimentação Financeira (CPMF) e também propôs a reforma da Previdência Social - que teria impacto nas contas públicas no médio prazo. A ideia, nesse caso, seria fixar uma idade mínima de aposentadoria.
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