05 de Maio de 2022 - 14h:18

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Trescinco cumpre plano e Justiça põe fim a recuperação judicial

Grupo, que foi fundado pelo empresário Sango Kuramoti há 50 anos, entrou em RJ em 2015

Por: Mídia News

A Justiça decretou o encerramento da recuperação judicial das concessionárias Trescinco Distribuidora de Automóveis Ltda e Trescinco Veículos Pesados Ltda, após o administrador judicial manifestar que o grupo vem cumprindo com as obrigações estabelecidas no plano.

 

A decisão é assinada pela juíza Anglizey Solivan de Oliveira, da 1ª Vara Cível de Cuiabá, e foi publicada nesta semana.

 

O grupo Trescinco, com sede na Avenida Fernando Corrêa da Costa, entrou em recuperação judicial em 2015 quando declarou possuir dívidas de R$ 58,8 milhões. 

 

Na decisão, a magistrada afirmou que recuperação tramita há quase oito anos sem descumprimento das obrigações previstas no plano. Tais circunstâncias, conforme ela, revelam a necessidade de pôr fim ao processo.

 

Ela acrescentou que o encerramento da recuperação não vai gerar prejuízo a qualquer credor que ainda tenha algum crédito a ser pago, declarando que no caso de descumprimento de qualquer obrigação prevista no plano de recuperação judicial, qualquer credor poderá requerer a execução específica ou a falência do grupo.

 

“Portanto, encerrada a recuperação judicial, caso haja algum credor que ainda não obteve o pagamento de seu crédito ou eventualmente a empresa deixe de adimplir com as obrigações que ainda serão suportadas, poderá este credor requerer a execução específica deste crédito de forma autônoma ou até mesmo a pleitear a falência da empresa devedora, conforme demonstrado no artigo mencionado”,  escreveu.

 

A crise

Fundado pelo empresário Sango Kuramoti, falecido em 2019, o Grupo Trescinco iniciou suas atividades em Cuiabá em 1972. 


No pedido de recuperação impetrado em 2015, a Trescinco afirmou que teve os pagamentos normais junto a fornecedores, parceiros e bancos comprometidos a partir do início da crise mundial no setor e na economia, em 2011.

O grupo disse que foi obrigado a emprestar "dinheiro caro" no mercado, com taxas próximas de 10% ao mês, “o que estrangulou completamente todo o seu planejamento financeiro, comprometendo, ainda mais, o patrimônio imobilizado das empresas”.

A “concorrência desleal”, a partir da entrada de novas empresas no mercado, também foi apontada como agravante da situação do grupo em Mato Grosso.

“Não se pode esquecer, ainda, de outro importante fator que vem causando enormes prejuízos ao Grupo Trescinco: a concorrência desleal, nos últimos cinco anos, causada pela entrada de marcas estrangeiras (China, Coreia, Japão), que – em vista de incentivos fiscais exclusivos - colocam seus produtos à venda abaixo do preço de custo, inviabilizando, por consequência, a margem de lucro do Grupo Trescinco”, dizia no pedido. 

A Trescinco afirmou ainda que nunca atrasou folha de pagamento e que via, na recuperação hudicial, a única forma viável de repactuar suas dívidas com credores (fornecedores, bancos e colaboradores), evitando a falência e uma possível “demissão em massa" de seus trabalhadores.

 

 

 

Crédito imagem: Freepik

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