02 de Agosto de 2019 - 14h:56

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Saraiva apresenta novo plano de recuperação judicial

Varejista desiste de pagar seus credores com debêntures e formará um fundo com o qual pretende pagar o grosso de sua dívida daqui a 14 anos

Por: PUBLISHNEWS

Em junho passado, diante da resistência por parte de seus credores, a Saraiva resolveu suspender a assembleia geral na qual iria aprovar o seu plano de recuperação judicial. O temor era que eles não o aprovassem e a falência fosse decretada automaticamente. A empresa então se comprometeu a rever o plano. Agora, acaba de publicar uma nova versão do documento no qual estão detalhadas as medidas por meio das quais a Saraiva pretende reestruturar as suas dívidas, gerando fluxo de caixa necessário ao pagamento desses títulos, para conseguir dar continuidade às suas atividades.

 

O primeiro plano previa, em termos gerais, o pagamento das dívidas da seguinte forma: 5% do total pago em parcelas mensais durante 14 anos e os 95% restantes seriam transformados em debêntures, títulos da dívida da Saraiva, que seriam pagos depois de 16 anos.

 

Agora, a principal mudança foi a desistência da Saraiva em transformar sua dívida em debêntures. Na sua previsão de fluxo de caixa, a recuperanda incluiu a linha “Geração de Caixa Pré-Pagamento a Credores” na qual demonstra como pretende formar uma espécie de fundo que será rateado por seus credores ao final do período de 14 anos.

 

Para credores com quem a Saraiva tenha dívidas de até R$ 10 mil, a empresa pagará integralmente os valores 30 dias depois da homologação do plano. Para os credores quirografários, aqueles que emitiram boletos ou duplicatas, por exemplo, com créditos superiores a esse valor, a proposta é pagar 5% do total em parcelas mensais, respeitando o percentual anual de amortização de 7,14%, durante 14 anos e o restante pago com 50% do previsto na linha de “Geração de Caixa Pré-Pagamento” depois de passados esses 14 anos. A grande maioria dos editores se encaixa aqui.

 

Uma outra mudança que chama a atenção no novo plano é a mudança na categoria “Credores Parceiros” que aparecia na primeira versão. Agora, ela foi desmembrada em três outras categorias: Credores Estratégicos Fornecedores, Credores Estratégicos Locadores e Credores Estratégicos Financiadores.

 

Credores Estratégicos Fornecedores são aqueles que concordarem com a manutenção e / ou a renovação dos contratos de fornecimento existentes e que celebrarem novos contratos de fornecimento, com a concessão de novas linhas de crédito, respeitadas as condições de mercado, pelo prazo mínimo de dois anos a contar da data da homologação. Para esses, a Saraiva vai pagar 60% da sua dívida dividida em parcelas mensais durante 14 anos. Os 60% remanescentes serão pagos com o rateio da “Geração de Caixa Pré Pagamento a Credores”.

 

Para os credores trabalhistas, nada muda: receberão no máximo R$ 100 mil, em doze parcelas mensais, sendo a primeira no primeiro mês depois da homologação do plano.

 

A dívida total da Saraiva é de R$ 674 milhões. Ainda em 2019, se conseguir aprovar seu plano em assembleia marcada para o próximo dia 7, a empresa pagará R$ 38,2 milhões aos seus credores.

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