15 de Junho de 2022 - 17h:25

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Nova rodada do Pronampe coloca a renegociação de dívidas em pauta

Para acessar nova rodada de crédito, empresários devem avaliar contratos atuais de empréstimo, evitando a sobrecarga no orçamento

Por: G1

Entre 2020 e 2021, mais de R$ 62 bilhões foram concedidos às empresas brasileiras de pequeno e médio porte. O Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), instituído pelo governo federal como medida para minimizar os impactos da pandemia nos negócios, contribuiu para que muitas indústrias conseguissem manter as atividades. A alta procura pelo crédito fez com que o programa se tornasse permanente, ainda que sem um calendário pré-estabelecido. A boa notícia é que uma nova rodada foi anunciada no fim de maio - desta vez, serão disponibilizados cerca de R$ 50 bilhões. “O Pronampe foi bem-sucedido nos anos anteriores e muitas empresas estavam aguardando o anúncio desta nova rodada”, diz João Baptista Guimarães, especialista em crédito do Sistema Fiep.

 

A nova fase do programa traz algumas mudanças: os recursos se estendem a Microempreendedores Individuais (MEIs) e há, também, o lançamento do Programa de Estímulo ao Crédito (PEC), que amplia o crédito para empresas de porte médio, cuja receita bruta anual deve ser de até R$ 300 milhões.

 

A recomendação para quem busca financiamento em 2022 é fazer uma boa análise antes de tomar uma decisão. “É importante procurar um bom parceiro contratual, pesquisar além dos grandes players de mercado. Linhas de fomento, fintechs e cooperativas de crédito podem ter empréstimos com custo menor”, destaca a Dra. Andressa Jarletti, advogada e especialista em direito do consumidor. Outro ponto importante é observar o custo efetivo da operação – quanto o empresário irá pagar pelo dinheiro que está emprestando. Os contratos costumam apresentar uma taxa anual, mas é a taxa mensal que pode impactar as finanças a longo prazo. “Uma taxa de 1,5% ao mês pode parecer pouco, mas dependendo do valor do empréstimo e do prazo em que será pago, o valor total ficará bem alto. Comparar o custo do crédito entre parceiros diferentes ajuda a entender se a proposta é realmente vantajosa para o negócio”, complementa Andressa.

 

Renegociação de dívidas

No primeiro ano do Pronampe, 48.453 empresas paranaenses utilizaram R$ 3,38 bilhões. Como o cenário econômico em 2022 ainda é bastante desafiador, as empresas precisam ficar atentas ao realizar novos empréstimos: “Muitos negócios se endividaram para conseguir passar por este período. Agora, o crédito está ainda mais caro, principalmente por conta da taxa SELIC, que era 2% ao ano e neste momento é de 12,75% ao ano”, alerta João Baptista. No Núcleo de Acesso ao Crédito do Sistema Fiep, os empresários podem buscar orientações para renegociar dívidas anteriores, um passo fundamental para acessar novos recursos do Pronampe. A conta não é simples e a ajuda de especialistas pode fazer toda a diferença em uma renegociação: é preciso analisar quanto já foi pago, qual o valor do empréstimo e quanto falta para liquidar o contrato. Geralmente, a primeira metade de um contrato é composta somente por juros, o que quase não reduz a dívida. “Ao alongar o prazo para reduzir as parcelas, o empresário acaba com uma dívida maior ou igual à anterior”, observa a Dra. Andressa Jarletti.

 

Qual é o momento certo para renegociar um empréstimo?
Taxas altas e exigências de garantias já são entraves recorrentes para empréstimos no setor industrial. Durante a pandemia, algumas empresas perderam quase 100% do faturamento e agora encontram dificuldades em continuar honrando as parcelas do crédito obtido. Será que é a hora de renegociar? A Dra. Andressa Jarletti e o especialista em crédito do Sistema Fiep, João Baptista Guimarães, dão algumas dicas para quem está pensando no assunto.

 

Verificar a capacidade de pagamento. A iminência de não conseguir pagar os compromissos é um sinal de alerta, mas não é motivo para aceitar a primeira opção das instituições financeiras. A dica é pesquisar e analisar detalhadamente os contratos. “Contratos inadimplentes podem ter descontos maiores na renegociação”, diz Andressa.

 

Aproveitar o fechamento de semestre. Em junho, quando realizam o balanço semestral, muitos bancos realizam campanhas de acordo. “É um bom período, como estamos entrando em junho, a hora é agora”, observa João Baptista.

 

Se possível, liquidar à vista, quando os descontos são maiores. A revisão administrativa da dívida também é interessante: é possível discutir juros, encargos e tarifas cobradas e, em alguns casos, reduzir o custo administrativo.

 

Buscar outros bancos. Com o open banking e a portabilidade, opções mais interessantes podem desafogar as finanças das empresas. As tratativas devem ser feitas por escrito, devidamente documentadas, para que a migração seja segura. “A portabilidade só faz sentido se as condições forem menores, basicamente, pagar menos pelo custo do crédito”, destaca Andressa.

 

Núcleo de Acesso ao Crédito
Os serviços ofertados pelo Núcleo de Acesso ao Crédito são uma contrapartida do Sistema Fiep às indústrias do Paraná. Empresários das indústrias podem procurar o NAC para tirar dúvidas sobre empréstimos, conhecer linhas de financiamento, obter mais informações sobre o Pronampe e, agora, entender os detalhes da renegociação de dívidas. “Este é um novo tema que orientamos diante do cenário atual, para que as empresas encontrem as melhores alternativas”, finaliza João Baptista.

 

Para falar com os especialistas do NAC e conhecer melhor os serviços ofertados pelo Sistema Fiep na área de crédito, acesse o site do NAC ou mande um e-mail para nacpr@sistemafiep.org.br.

 

 

 

Crédito imagem: Freepik

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