07 de Junho de 2018 - 13h:21

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Ministro da Fazenda diz que eleições geram maior instabilidade no dólar

Nesta quinta-feira, cotação da moeda americana superou a marca de R$ 3,90. Para Eduardo Guardia, transição política desperta 'volatilidade e incerteza' no mercado

Por: Alexandro Martello, G1

O ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, afirmou nesta quinta-feira (7) que a alta do dólar é um movimento que não acontece apenas na economia brasileira, mas também em várias outras nações, ligado ao aumento de juros nos Estados Unidos.

 

Entretanto, ele admitiu que as tensões eleitorais no Brasil geram maior "volatilidade" nos mercados de dólar e de juros futuros. Nesta quinta-feira, a moeda norte-americana chegou a superar a barreira dos R$ 3,90.

 

"[A alta do dólar] faz parte parte de um movimento global. Evidente que tem as especificidades do caso brasileiro. Existe uma tensão maior dada a transição politica, cenário de eleições, tudo isso agrega maior volatilidade e incerteza aos mercados", declarou a jornalistas.

 

Eduardo Guardia voltou a dizer que o câmbio é flutuante no Brasil, ou seja, está relacionado com a entrada e saída de divisas na economia brasileira, às expectativas sobre o país e também aos movimentos no mercado futuro.

 

"O câmbio é flutuante, ele vai flutuar, e o BC tem buscado intervir para reduzir a volatilidade desse movimento", declarou o ministro.

 

O Banco Central tem atuado por meio de contratos de "swaps cambiais", que funcionam como venda de dólares no mercado futuro, atenuando as pressões de alta no mercado a vista.

 

Questionado se há um ataque especulativo sobre o real, o ministro da Fazenda afirmou apenas que os fundamentos externos da economia brasileira são sólidos.

 

"Temos reservas internacionais extremamente elevadas, temos um déficit em conta corrente [das contas externas] que é amplamente financiado com investimento estrangeiro. Somos credores líquidos em dólar [Brasil tem mais ativos do que passivos em moeda estrangeira] e tudo isso reforça a solidez da economia brasileira para reforçar esse tipo de movimento", declarou.

 

Contudo, ele voltou a dizer que é "fundamental" é que o país avance na agenda de reformas econômicas, classificada como "absolutamente relevante" para reforçar a capacidade do Brasil de superar "esses momentos de maior turbulência".

 

"A previdência é um tema que ainda está pendente e que o pais vai ter de enfrentar. Nesse momento, temos avançado em pontos importantes. Ontem, a Câmara avançou na questão dos distratos, duplicata eletrônica, está evoluindo o cadastro positivo. Essa agenda legislativa é muito positiva para que o Brasil continue a avançar na direção correta", concluiu Guardia.

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