Exclusivo: Ricardo Eletro tem falência decretada; empresa entra com recurso hoje
A decisão de transformar a recuperação judicial em falência envolve diferentes empresas ligadas à sua controladora, a Máquina de Vendas
Por: Valor Econômico
A Justiça de São Paulo decretou na quarta-feira a falência da rede varejista Ricardo Eletro após dois anos do pedido de recuperação judicial da companhia, fundada em 1989 pelo empresário Ricardo Nunes, hoje já fora da sociedade. A decisão de transformar a recuperação judicial em falência envolve diferentes empresas ligadas à sua controladora, a Máquina de Vendas. Nos últimas horas, para tentar reverter a situação, o comando entrou com recurso junto à 2ª Câmara de Direito Empresarial de São Paulo.
O endividamento total da empresa, incluindo passivos em recuperação, era de cerca de R$ 4,6 bilhões ao fim de 2021.
O juiz da 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Foro Central de São Paulo, Leonardo Fernandes dos Santos, determinou a falência da companhia por conta de “esvaziamento patrimonial” da empresa, levando à inviabilidade financeira do negócio.
No material a que o Valor teve acesso, o grupo varejista se diz surpreso com a decisão e afirma que o esvaziamento refere-se “a ajuste contábil feito pela baixa de estoque operacional decorrente do fechamento de lojas, e como é esperado, houve ajuste para saldo de estoque”, informa.
Ainda nega que tenha ocorrido esvaziamento por “fraude ou desvio de valores".
“Além disso, acrescente-se o fato de que, no momento do fechamento das lojas, boa parte do estoque foi vendido em ‘queima’ para geração de caixa e liquidez imediata”, diz no recurso encaminhado hoje. A empresa fechou o restante de lojas (cerca de 300) que possuía no segundo semestre de 2020 e passou a operar apenas pelo site, com pequeno portfólio de produtos - por conta das limitações de crédito, já deixou de vender eletrodomésticos e itens de informática, por exemplo. Não houve pedido de falência por parte dos credores, segundo documentação arquivada no processo.
Crédito imagem: Freepik
