13 de Agosto de 2018 - 13h:42

Tamanho do texto A - A+

Dólar sobe e bate R$ 3,92 com preocupações com Turquia

Na semana passada, o dólar teve valorização de 4,25%. No mês acumula alta de 2,97%.

Por: G1

O dólar continua em trajetória de valorização nesta segunda-feira (13), chegando a superar R$ 3,92. As preocupações com a situação monetária da Turquia deixam os investidores com maior aversão ao risco nos mercados globais, em especial nos de países emergentes, destaca a Reuters.

 

Às 14h24, a moeda norte-americana subia 1,32% , a R$ 3,9167. Na máxima do dia até o momento, chegou a R$ 3,9292. Já o dólar turismo era vendido a R$ 4,07, sem o acréscimo do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF). 

 

Na sexta-feira, o dólar encerrou a R$ 3,8646, acumulando valorização de 4,25% na semana. No mês, acumula alta de 2,97%.

 

Já o principal índice de ações da bolsa brasileira (B3) ensaiava uma melhora nesta segunda, após abrir o dia em queda. O índice se apoiava no avanço de ações de exportadoras diante de nova alta do dólar ante o real. O Ibovespa subia 0,14%, a 76.622 pontos. Na sexta-feira, o índice caiu 0,48%.

 

Crise na Turquia

 

O Banco Central da Turquia anunciou nesta segunda que vai injetar US$ 6 bilhões e o equivalente a US$ 3 bilhões em ouro no sistema financeiro do país para garantir a liquidez dos bancos e tentar conter a queda da lira turca frente ao dólar.

 

Os problemas na Turquia são antigos, mas o movimento de aversão ao risco ganhou força na sexta-feira com a notícia de que o Banco Central Europeu (BCE) estaria preocupado com a exposição dos bancos ao país. A Turquia tem o maior déficit em conta corrente do G-20, uma economia em superaquecimento e forte desvalorização do câmbio, o que tem levado a inflação a mais de 15% na base anual, segundo o Valor Online.

 

A lira turca, que já perdeu mais de 40% de seu valor em 2018 na comparação com o dólar e o euro, desabou na sexta, provocando uma onda de pânico nos mercados.

 

Analistas defendem que o Banco Central turco aumente as taxas de juros para defender a lira e controlar a inflação (que em julho alcançou a 16% em ritmo anual), mas o presidente do país rejeita a medida.

 

Na semana passada, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que vai dobrar as taxas sobre a importação de aço e alumínio turcos, usando a taxa de câmbio entre os dois países como justificativa.

 

O temor de que a crise turca se espalhe pelos países emergentes também fazia com que o dólar subisse frente ao rand sul-africano e ao peso mexicano.

 

"A preocupação se refere à exposição de bancos da zona do euro aos títulos turcos. Isso mesmo com o banco central turco estabelecendo medidas emergenciais", afirmou, em relatório, o economista-chefe do Home Broker ModalMais, Alvaro Bandeira.

 

"A calmaria que vivia a moeda americana parece ter chegado ao fim e isso já era esperado, tanto por fatores externos quanto internos. Neste momento o real e diversas moedas ao redor do mundo sofrem a desvalorização em função da briga entre o governo Trump e a Turquia", comenta Fernando Bergallo, diretor de Câmbio da FB Capital.

 

Internamente, com a agenda esvaziada, os investidores mantinham o foco na cena eleitoral doméstica, nesta semana em que os candidatos à Presidência têm de registrar suas candidaturas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

 

Ação do BC

 

O Banco Central brasileiro ofertou e vendeu integralmente 4,8 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, rolando US$ 2,16 bilhões do total de US$ 5,255 bilhões que vencem em setembro.

 

Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.

VOLTAR IMPRIMIR