15 de Janeiro de 2021 - 13h:54

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Dólar opera em alta, por temores sobre coronavírus

Na quinta-feira (14), a moeda norte-americana fechou em queda de 1,96%, a R$ 5,2073.

Por: G1

O dólar opera em alta nesta sexta-feira (15), com investidores captando o clima arisco no exterior em meio a temores de mais abalo econômico decorrente de medidas para conter o coronavírus, que ofuscavam o anúncio na véspera de um pacote trilionário de estímulos nos Estados Unidos.

 

Às 14h, a moeda americana subia 1,04%, cotada a R$ 5,2615.

 

Na quinta-feira, o dólar fechou em queda de 1,96%, a R$ 5,2073, acumulando queda de 3,77% na parcial da semana. No mês e no ano, a moeda tem alta de 0,39% frente ao real.

 

Cenário global e local

 

No exterior, o dólar subia e moedas mais arriscadas recuavam nesta sexta-feira, uma vez que o novo plano de estímulo anunciado pelo presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, era ofuscado por novas tensões entre EUA e China e aumento nas infecções por Covid-19 na China e perspectiva de restrições mais rigorosas na Alemanha e na França.

 

Na véspera, Biden anunciou um novo pacote de estímulo de 1,9 trilhão destinado a impulsionar a economia e acelerar a resposta à pandemia. Biden, que tomará posse em 20 de janeiro, também prometeu acelerar o ritmo de vacinação, com um slogan de 100 milhões de injeções a serem aplicadas nos primeiros 100 dias de governo.

 

Além disso, o presidente do Federal Reserve (BC dos EUA), Jerome Powell, afastou qualquer possibilidade de altas de juros no horizonte. Powel afirmou que a elevação da taxa de juros nos EUA "não virá tão cedo" e que o Fed não deve fazê-lo a menos que veja "sério risco" inflacionário. "Agora não é hora de falar sobre a retirada de estímulos", resumiu Powell. “O Fed não vai elevar juros apenas para espantar ameaças teóricas de inflação.”

 

No plano doméstico, o IBGE anunciou que as vendas no varejo brasileiro tiveram queda inesperada de 0,1% em novembro na comparação mensal. A expectativa, em pesquisa da Reuters, era de alta de 0,4%.

 

O Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) apresentou em janeiro alta de 1,33% contra avanço de 1,97% em dezembro, uma vez que o aumento dos preços tanto no atacado quanto no varejo perderam força, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV).

 

Além disso, as atenções seguiam voltadas para a corrida nas eleições para as presidências da Câmara e do Senado. O mercado prefere vitória dos candidatos alinhados ao governo, em hipótese de que ruídos diminuiriam em Brasília.

 

Investidores seguem avaliando também os cenários após a inflação em 2020 ter ficado no maior nível em quatro anos, reforçando discussão sobre o momento de alta de juros no Brasil -- o que poderia aumentar a rentabilidade do real e elevar a atratividade da moeda brasileira.

 

O Comitê de Política

 

Monetária (Copom) se reúne nos dias 19 e 20 de janeiro para decidir sobre o rumo da Selic. Os analistas do mercado passaram a projetar uma Selic em 3,25% no final de 2021 e em 4,75% em 2022.

 

O banco Itaú revisou nesta sexta suas projeções e avalia que o BC começará a subir a Selic mais cedo, em maio, e que a Selic encerrará o ano em 3,5%. Já a estimativa para a inflação em 2021 foi elevada de 3,3% para 3,6%.

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