07 de Agosto de 2020 - 16h:15

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Dólar fecha em alta de olho em tensões nos EUA e vai a R$ 5,41

Nesta sexta-feira, a moeda norte-americana subiu 1,32%, vendida a R$ 5,4133. Na semana, avanço foi de 3,76%.

Por: G1

O dólar fechou em alta nesta sexta-feira (7), acima de R$ 5,40, e encerrou a semana com ganhos em meio a tensões entre Estados Unidos e China e dados de emprego norte-americanos que mostraram desaceleração na criação de vagas de trabalho.

 

Além disso, segundo analistas, o comportamento dos investidores continuou refletindo o corte da taxa Selic pelo Banco Central à nova mínima histórica de 2% ao ano.

 

A moeda norte-americana subiu 1,32%, vendida a R$ 5,4133. Na máxima da sessão, chegou a R$ 5,4384.

 

Na semana e na parcial do mês, o dólar subiu 3,76%. No ano, tem alta de 35%.

 

Nesta sexta-feira, o Banco Central realizou leilão de swap tradicional de até 10 mil contratos com vencimento em novembro de 2020 e março de 2021.

 

Cenário externo e local

 

Os investidores avaliaram nesta sexta a divulgação de dados sobre inflação no Brasil e emprego nos Estados Unidos.

 

O dia era de força do dólar contra outras moedas em meio ao agravamento das tensões sino-americanas, depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou proibição dos populares aplicativos chineses TikTok e WeChat.

 

Ao mesmo tempo em que ganhava força devido ao aumento da cautela nos mercados internacionais, o dólar reagiu à desaceleração da criação de vagas de trabalho nos Estados Unidos, embora os números tenham vindo acima do esperado.

 

A criação de vagas de trabalho nos Estados Unidos desacelerou de forma significativa em julho em meio ao ressurgimento das infecções de Covid-19, o que forneceria a evidência mais clara de que a recuperação econômica da recessão causada pela pandemia está vacilando. A taxa de desemprego do país, no entanto, caiu pelo terceiro mês seguido, para 10,2%.

 

No radar dos investidores também estão as tensões comerciais entre China e EUA após Trump apresentar plano para proibir transações dos Estados Unidos com o aplicativo TikTok, da ByteDance, e o WeChat, de propriedade da Tencent.

 

A China reagiu dizendo que considera "manipulação e repressão políticas" dos Estados Unidos. O porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores, Wang Wengbin, acusou Washington de "colocar interesses egoístas acima dos princípios de mercado e da norma internacional".

 

Por aqui, o IBGE apontou que a inflação ficou em 0,36%, em julho, puxada por gasolina e energia elétrica. A taxa é a maior do ano e a mais alta para um mês de julho desde 2016, quando registrou 0,52%. O resultado também representa uma aceleração frente a junho, quando o IPCA foi de 0,26%.

 

Os agentes repercutem também a aprovação no Senado de um teto de 30% ao ano para os juros do cartão de crédito e do cheque especial até o fim do ano. “Se a lei entrar em vigor, vemos consequências negativas para a economia como um todo. Geralmente, os limites das taxas de juros acabam afetando os consumidores finais. De fato, esses limites podem levar a concessões de empréstimos mais restritivas dos bancos e, portanto, a uma escassez de liquidez, essencial para as pessoas e empresas após a pandemia”, afirmam analistas do Citi em relatório.

 

O ambiente doméstico de juros baixos continua sendo apontado também como um dos fatores para a disparada do dólar em 2020.

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