A dívida pública federal em títulos, que inclui os débitos do governo dentro do Brasil e no exterior, registrou aumento de 1,69% em novembro, para R$ 3,826 trilhões, informou a Secretaria do Tesouro Nacional nesta quarta-feira (26). Em outubro, a dívida somava R$ 3,763 trilhões.
O crescimento da dívida em novembro está relacionado com a emissão líquida (acima do volume dos resgates) de R$ 34,68 bilhões em títulos públicos. Além disso, também foram contabilizados R$ 29,02 bilhões em despesas com juros.
A dívida pública é a emitida pelo Tesouro Nacional para financiar o déficit orçamentário do governo federal, ou seja, pagar por despesas que ficam acima da arrecadação com impostos e tributos.
Em todo ano passado, a dívida pública teve aumento de 14,3%, segundo números oficiais. A expectativa da Secretaria do Tesouro Nacional é de uma nova alta em 2018, podendo chegar a quase R$ 4 trilhões no fim do ano.
Dívidas interna e externa
Quando os pagamentos e recebimentos são realizados em real, a dívida é chamada de interna. Quando tais operações ocorrem em moeda estrangeira (dólar, normalmente), é classificada como externa.
Dívida interna: foi registrada alta de 1,59% em novembro, para R$ 3,679 trilhões.
Dívida externa: resultado da emissão de bônus soberanos (títulos da dívida) no mercado internacional e de contratos firmados no passado, contabilizou um aumento de 4,27% no em novembro, para R$ 146,96 bilhões.
Compradores
Os números do Tesouro Nacional também revelam que a participação dos investidores estrangeiros na dívida pública interna registrou queda em novembro.
No mês passado, os não residentes detinham 11,74% da dívida total, o equivalente a R$ 432 bilhões, contra 11,97% do total da dívida interna em outubro (R$ 433 bilhões).
Com isso, os estrangeiros seguem na quarta colocação de principais detentores da dívida pública interna, atrás de:
fundos de investimento (R$ 967 bilhões, ou 26,28% do total);
fundos de previdência (R$ 908 bilhões ou 24,70% do total)
instituições financeiras (23,08% do total, ou R$ 849 bilhões).
Perfil da dívida
Em novembro deste ano, o percentual de papéis prefixados (taxa definida no momento do leilão, que não se altera até o vencimento do título) totalizou 33,88%, ou R$ 1,246 trilhão, contra 33,48%, ou R$ 1,212 trilhão, em outubro. Os números foram calculados após a contabilização dos contratos de "swap cambial".
Os títulos atrelados à taxa Selic (pós-fixados), por sua vez, tiveram sua participação elevada em novembro. Em outubro, representavam 29,61% do total (R$ 1,072 trilhao), subindo para 29,63%, ou R$ 1,090 trilhão, em novembro deste ano.
A parcela da dívida atrelada aos índices de preços (inflação), que estava em 29,42% em outubro, o equivalente a R$ 1,065 trilhão, passou para para 28,83% do total, ou R$ 1,060 trilhão, em novembro deste ano.
Já os ativos indexados à variação da taxa de câmbio, que somaram 7,49% do total em outubro, ou R$ 271 bilhões, avançaram para 7,65% do total em novembro, equivalentes a R$ 281 bilhões, no mês passado.