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Plataforma de e-commerce pede recuperação judicial e deixa livrarias na mão

Publish News

GenComm é como a Rakuten Digital Commerce foi rebatizada depois da venda da sua operação no Brasil. Entre as varejistas afetadas estão Martins Fontes e Livraria Francesa. Dívida declarada à Justiça é de R$ 46 milhões.

 

No final do último mês de outubro, a Rakuten Digital Commerce anunciou, de forma discreta, a sua saída do Brasil. A operação dos serviços de e-commerce estava sendo entregue nas mãos da GenComm. O “fundo de investimentos norte-americano [Tog Brazil Holding, sócia da GenComm] anunciou a aquisição da Rakuten Brasil, uma das maiores operações de e-commerce da América Latina. A empresa vai operar de forma independente e passa a usar o nome GenComm”, dizia o comunicado.

 

Passados pouco mais de três meses, a GenComm pediu recuperação judicial e, na semana passada, o juiz Tiago Henriques Papaterra Limongi acatou o pedido. A dívida declarada à Justiça é de R$ 46,4 milhões com quase dois mil credores que contrataram a empresa para desenvolvimento de sites de comércio eletrônico, serviços de entregas e de pagamentos.

 

Credores já vinham reclamando da suspensão de repasses referentes às vendas já realizadas, incluindo aqui as transações efetuadas nos períodos de Black Friday e Natal.

 

O elo livreiro do mercado editorial é diretamente afetado por essa movimentação. Varejistas como a Martins Fontes da Paulista e a Livraria Francesa operavam com a plataforma da GenComm.

 

Alexandre Martins Fontes, diretor da livraria da Avenida Paulista, contou ao PublishNews que, antes mesmo do pedido de recuperação judicial, já tinha decidido trocar de fornecedor. "Nosso site tem funcionado normalmente, mas desde o ano passado já tínhamos decidido sair da GenComm e ir para a Vtex”, disse. “Começamos a trabalhar com a Rakuten antes mesmo de ela vir para o Brasil e nunca tivemos problemas, sempre fomos bem-atendidos, mas justamente por estarmos juntos há tanto tempo, percebemos nos últimos tempos, uma mudança no foco deles e a medida que foram se afastando das nossas necessidades do dia a dia, procuramos outra alternativa”, explicou. O contrato entre Martins Fontes e GenComm deve durar mais um mês e meio, segundo disse o livreiro.

 

Em entrevista à InfoMoney, Silvia Monteil, da Livraria Francesa, disse que seguirá pelo mesmo caminho. “Eu utilizava os serviços da GenComm desde 2008 [na época, a empresa operava sob o nome de Ikeda]. Nunca achei que passaria por isso. Além de não receber, tive que tirar o e-commerce do ar porque ele era todo operado pela GenComm. Não sei quanto tempo vou demorar até achar outro fornecedor e voltar a vender pelo site”, disse a livreira ao portal.

 

No pedido enviado à Justiça, a empresa relata que “herdou” uma operação deficitária, com prejuízo de R$ 25 milhões acumulado nos últimos 12 meses. Mas o buraco se mostrou ser mais embaixo. É que a XiaomiBRZ, revendedora não autorizada da marca chinesa Xiaomi, cliente da GenComm e cujo site já está fora do ar, passou a não entregar os produtos comprados pelos consumidores brasileiros, elevando a taxa de chargeback, o cancelamento de uma compra realizada por um cartão de crédito ou débito. Isso afetou em cheio a saúde financeira da GenComm.

 

A recuperação judicial da GenComm não afeta em nada a operação da Kobo, comprada pela Rakuten em 2011. As empresas Rakuten Digital Commerce e Kobo são unidades independentes e, portanto, a Kobo não é objeto da recuperação judicial.


Fonte: ERS Consultoria & Advocacia

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