Bovespa fecha em alta, com Trump sinalizando avanço em conversas sobre guerra comercial
No dia anterior, o Ibovespa fechou em queda de 0,73%, aos 103.875 pontos.
G1
O principal índice da bolsa de valores de São Paulo, a B3, fechou no azul nesta quarta-feira (25), depois de operar em queda em boa parte do pregão. A alta seguiu o movimento dos mercados norte-americanos, impulsionados por desdobramentos positivos no conflito comercial entre Estados Unidos e China.
O Ibovespa terminou o dia em alta de 0,58%, a 104.480 pontos.
As ações da Vale subiram 1,98%, ajudadas por decisão do Tribunal Superior inglês de que a mineradora pode prosseguir com a execução da sentença arbitral de US$ 2 bilhões contra a BSG Resources (BSGR) no país.
As preferenciais da Petrobras subiram 0,26%.
Banco do Brasil caiu 0,65%, as preferenciais do Bradesco avançaram 0,65%, e as do Itaú tiveram valorização de 1,17%.
No dia anterior, a bolsa fechou em queda de 0,73%, aos 103.875 pontos.
Guerra comercial e impeachment de Trump
Os mercados acionários se animaram após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, dizer que um acordo comercial com a China pode acontecer mais cedo do que se imagina, destaca a Reuters. "Eles querem muito fazer um acordo ... Isso pode acontecer mais cedo do que vocês pensam", disse Trump em Nova York.
Ainda no cenário externo, na véspera, a presidente da Câmara de Representantes dos EUA, Nancy Pelosi, anunciou a abertura de um inquérito formal de impeachment contra o presidente Donald Trump. A acusação é de que ele violou a lei ao tentar recrutar um poder estrangeiro para interferir a seu favor na eleição de 2020.
O temor de investidores é que Trump perca mais capital político, o que eventualmente dificultaria um acordo comercial com a China, ou mesmo novo aumento de gastos pelo governo dos EUA um ano antes das eleições presidenciais, destaca a Reuters. Mas o impeachment de Trump é visto pelo mercado como muito pouco provável, já que o Senado americano é controlado pelos republicanos, partido do presidente.
"O pedido de impeachment contra Trump foi recebido com poucas crenças, afinal, poucos acreditam que o Senado, que tem sua maioria apoiando Trump, irá ser a favor de tirar o presidente. Na verdade, muitos acreditam que isso possa até favorecer sua reeleição", disse em nota a sócia-diretora da FB Wealth, Daniela Casabona.
"O fato é que os mercados não estão reagindo ao impeachment diretamente, no momento estão mais preocupados com os desdobramentos da guerra comercial", disse em nota Jefferson Laatus, estrategista-chefe do Grupo Laatus.
O presidente da Federal Reserve de St. Louis, James Bullard, afirmou que um acordo sobre o embate comercial ainda pode "levar um tempo", e que deseja outro corte de 25 pontos base na taxa de juros do país até o fim do ano.
Em Wall Street, o S&P 500 avançou 0,61%, em sessão também marcada por volatilidade no início do dia.
Cenário local
Do lado doméstico, investidores estiveram atentos ao noticiário sobre a reforma da Previdência. A votação do parecer do relator Tasso Jereissati (PSDB-CE) sobre as emendas apresentadas à reforma da Previdência, prevista para ocorrer na terça-feira na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, foi adiada novamente, desta vez para a semana que vem.
"Quanto mais você jogar para frente essa questão da Previdência, pior. O mercado precisa que isso se resolva o mais rápido possível e rapidez não parece fazer parte dos planos dos parlamentares", afirmou à Reuters Alessandro Faganello, operador de câmbio da Advanced Corretora.
Ainda no cenário local, dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados nesta quarta-feira (25) apontaram a criação líquida de 121 mil vagas de emprego formal em agosto, o melhor resultado para o mês em seis anos.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, também disse que o plano de reforma tributária do governo será apresentado em breve, adicionando que a ideia é trabalhar a proposta em comissão mista de Câmara dos Deputados e Senado.
Fonte: ERS Consultoria & Advocacia
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