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Marco regulatório do transporte de cargas pode gerar renúncia fiscal de R$ 8,6 bilhões em 2018, diz Fazenda

Texto foi aprovado pela Câmara em junho como resposta à greve dos caminhoneiros e trata de normais para o frete, por exemplo, além de benefícios para transportadoras de carga.

Yvna Sousa, TV Globo

O marco regulatório do transporte de cargas, aprovado em junho pela Câmara dos Deputados, tem potencial de reduzir a arrecadação do governo federal em R$ 8,6 bilhões somente em 2018. Os cálculos, obtidos pela TV Globo e pelo G1, são do Ministério da Fazenda.

 

O projeto de lei foi aprovado pelos deputados como resposta à greve dos caminhoneiros, que durou 11 dias em maio e paralisou o país. O texto estabelece normas sobre frete, pedágio, contrato para transporte de cargas, entre outros.

 

O PL prevê também cinco benefícios fiscais às transportadoras de cargas (leia mais detalhes abaixo). São esses benefícios que, somados, podem gerar uma renúncia fiscal de até R$ 8,6 bilhões somente em 2018. Para 2019, os cálculos apontam para uma renúncia de R$ 9 bilhões e, para 2020, de R$ 9,26 bilhões.

 

Se aprovado, o projeto pode dificultar ainda mais o cumprimento pelo governo da meta para o resultado das contas públicas neste ano. A meta permite déficit (despesas maiores que receitas) de até R$ 159 bilhões. Esse valor não inclui os gastos com pagamento de juros da dívida pública.

 

Com o desempenho das contas públicas observado até agora, o governo projeta que o déficit ao final de 2018 seria de R$ 152,8 bilhões – haveria, portanto, uma "sobra" em relação à meta.

 

No entanto, é preciso considerar nessa conta o gasto extra com o subsídio ao diesel, outra ação tomada como resposta à greve dos caminhoneiros, e que é estimado em R$ 9,5 bilhões.

 

 

 

Benefícios fiscais

 

Entre os benefícios fiscais incluídos no projeto aprovado na Câmara, está um dispositivo que, na prática, reduz a base de cálculo para pagamento de contribuições sociais e previdenciárias pelas transportadoras de cargas. Somente esse benefício tem potencial para diminuir a arrecadação em R$ 5,150 bilhões ainda em 2018.

 

Três dispositivos incluídos no texto permitem que o valor gasto pelas empresas em pedágio seja descontado do quanto pagam de Imposto de Renda (IR), Pis/Pasep e Cofins. Somados, os benefícios podem gerar um rombo adicional de R$ 1,67 bilhão neste ano.

 

O projeto também inclui um benefício fiscal para o transportador que trocar veículo usado por novo, com potencial para reduzir a arrecadação federal em mais R$ 246 milhões.

 

O marco regulatório aprovado pelos deputados prevê ainda a criação de um plano nacional de renovação de frota de caminhões, com condições facilitadas para os caminhoneiros, como juros baixos e prazos longos.

 

Para quem aderisse ao programa, segundo a proposta, haveria redução a zero das alíquotas de PIS/Pasep, Cofins e Imposto sobre Produto Industrializado (IPI) para aquisição de veículos como reboques, semirreboques e outros. O impacto da medida, se colocada em prática pelo governo federal, chegaria a R$ 1,53 bilhão já em 2018.


Fonte: ERS Consultoria & Advocacia

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