Igreja Batista Getsemâni

Conheça as dez ações que são as apostas dos analistas para este ano

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2010 provavelmente deixará poucas saudades entre os investidores no mercado de renda variável. Foi o ano em que o Ibovespa não andou e que a Petrobras decepcionou: mesmo com o fôlego tomado no último mês do ano, em que os papéis preferenciais subiram 11,85%, as ações encerraram 2010 com recuo de cerca de 23%, perdendo assim cerca de um quarto de seu valor de mercado.

Foi também um ano conturbado no front externo, com problemas em quase todas as economias importantes do planeta: a recuperação nos Estados Unidos perdeu fôlego no meio do ano, a Europa se viu envolta em graves problemas fiscais gerados pelo excesso de endividamento no combate à crise e mesmo a China teve que colocar o pé no freio, tomando medidas para restringir o crescimento e minimizar o risco de superaquecimento da economia.

Mas, com essas questões já precificadas e um panorama mais animador para o próximo ano, gestores voltam a acreditar num bom desempenho do Ibovespa em 2011. As estimativas mais contidas veem upside limitado, para 75 mil pontos, como a corretora Fator, mas no mercado não faltam os bulls, que enxergam o índice em patamares superiores aos 80 mil pontos ao final de 2011.

À semelhança de 2010, a recomendação é ficar atento a certos temas e fugir de ações que já mostraram seu potencial no último ano. De acordo com o Bank of America Merrill Lynch, os investidores devem investir, neste ano, em ações centradas em ativos reais (e não financeiros), como commodities e infraestrutura, ações voltadas ao consumo doméstico que ainda encontrem-se em patamares de preços atrativos e bons substitutos dos títulos públicos - ações de empresas que distribuem bons dividendos.

Além da Focus List para 2011 do BofA, a InfoMoney compilou ainda os portfólios recomendados pela Souza Barros, Concórdia Corretora, Link Investimentos, Fator Corretora e Ativa Corretora para montar uma lista com as principais apostas para este ano que começa. Além disso, foram listados também a carteira do Barclays para as Américas, o portfólio modelo do JP Morgan para o Brasil e algumas indicações de Will Landers, gestor para a América Latina da BlackRock. Raphael Figueredo, analista técnico da ICAP Brasil, também fez suas apostas.

As 10 aposta para 2011  Votos
Vale 9
Petrobras 8
PDG Realty 6
Itaú Unibanco 6
Lojas Americanas 3
VIVO 3
Pão de Açúcar 3
GOL 3
Bradesco 3
Tractebel 2

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Vale: forte demanda por minério de ferro sustenta o negócio
Uma das principais apostas do mercado para este ano é de que as commodities irão continuar a subir. Com as taxas de juros reais próximas a zero no mundo desenvolvido e demanda crescente por parte dos mercados emergentes, a expectativa é que o avanço dos preços não será interrompido tão cedo. Além disso, a atividade econômica global deve continuar a se recuperar em 2011, consumindo o excesso de capacidade a aumentando o poder de precificação das produtoras de matérias-primas, sinaliza o Bank of America.

Para o Barclays, a Vale é o melhor veículo de investimento na América Latina para ganho de exposição a um potencial "super ciclo" de cinco anos para o minério de ferro, principal negócio da companhia, responsável por 75% do Ebitda (geração operacional de caixa). Além disso, a companhia oferece vantagens por produzir um produto de qualidade superior e estar posicionada como a produtora com os menores custos na indústria, segundo Leonardo Correa e Christopher LaFemina. 

Will Landers, gestor para a América Latina da BlackRock, disse preferir as ações da Vale às da Petrobras em 2011. Dentre todas as carteiras recomendadas compiladas pela InfoMoney, a Vale só não foi listada entre as sugestões da Ativa para este ano, presente em todos os outros portfólios.

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Petrobras: ano da redenção?
Em 2010, os papéis da Petrobras foram um dos destaques do ano, mas de queda: os papéis ordinários e preferenciais tiveram a 6ª e 7ª piores performances do Ibovespa no último ano. O processo de capitalização da companhia, e principalmente as incertezas em relação à cessão onerosa, deixaram o mercado em alerta diante da perspectiva de que os acionistas minoritários seriam diluídos fortemente no processo.

A avaliação dos barris de petróleo cedidos onerosamente pela União à estatal também levaram analistas e casas de investimento a rever suas projeções para as ações da petrolífera. Mesmo passado o processo, as ações não se recuperaram e fecharam o ano pouco acima do preço estabelecido para as novas ações emitidas em setembro. Apesar disso, a companhia deverá se beneficiar de uma série de eventos favoráveis em 2011, o que deverá trazer os papéis novamente para o campo positivo.

Para a Ativa Corretora, os principais drivers para a companhia serão o empenho na redução dos custos dos investimentos em refino e a aceleração da monetização das reservas. Além disso, a corretora acredita ainda em forte potencial de crescimento das reservas provadas. Vale notar que, na semana passada, a Petrobras declarou a comercialidade de Tupi, com estimativa de 6,5 bilhões de boe (barris de óleo equivalentes) recuperáveis.

Outro importante catalisador para as operações da Petrobras neste ano é o preço do barril de petróleo. Segundo Andrés Kikuchi e Felipe Rocha, da Link, o atual patamar do barril está em um nível elevado, o qual deverá permanecer inalterado ou ainda registrar alta, por conta da boa perspectiva de recuperação da economia global. Este movimento, de acordo com os analistas, ajudaria a dar ânimo aos papéis da Petrobras.

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PDG Realty: boom imobiliário à vista
Após adquirir a Agre no início de 2010, a PDG Realty tornou-se a empresa de maior capitalização dentre as imobiliárias no Brasil e ainda ganhou exposição aos segmentos de média e alta renda. No entanto, para a Concórdia, o que balisa a recomendação para os papéis da companhia é o bom posicionamento da empresa para se beneficiar do boom imobiliário em praticamente todos os Estados do País, principalmente dentro do programa governamental Minha Casa, Minha Vida, voltado para a baixa renda.

O BofA também acredita que a companhia tem um prognóstico interessante em função da demanda crescente, com o déficit habitacional ainda existente no Brasil, e garantia de fonte estável de financiamentos para habitação para os setores de menor renda, também por causa do programa do governo.

Além disso, Adrian Huerta, do JP Morgan, acredita que a aquisição da Agre abrirá espaço para que a receita da PDG cresça mais do que a de seus pares em 2011, com uma das maiores margens operacionais da indústria. "A companhia é geograficamente diversificada, tem um dos melhores times de administração no setor e grande foco em geração de caixa, além de ter interesses alinhados ao dos acionistas minoritários", apontou o analista do banco, que por isso selecionou a PDG entre suas top picks no setor para a América Latina.

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Itaú Unibanco: previsão de captura de sinergias em meados de 2011
Em 2010, o crédito cresceu cerca de 20%, beneficiando o crescimento do setor bancário. Para o próximo ano, mesmo com as medidas tomadas pelo governo em dezembro, como aumento do compulsório e do requerimento de capital para o crédito à pessoa física, e expectativa da Link é que as operação nesse segmento tenham crescimento entre 16% e 18%, passando a representar 51% do PIB (Produto Interno Bruto).

Mesmo com maior recolhimento do compulsório e perspectiva de alta para a Selic já em janeiro do próximo ano e consequente aumento do custo de captação para o bancos, a Link acredita que haverá compensação com o aumento das taxas cobradas, e por isso acredita que o setor bancário continuará a ter boa expansão. A escolha recai sobre o Itaú Unibanco porque, com o fim do processo de integração do Unibanco, o início da captura de sinergias decorrentes da fusão deve tornar o banco ainda mais competitivo já a partir de meados de 2011.

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Lojas Americanas: plano de expansão e menor dependência de crédito
Após a expressiva valorização das varejistas em 2010, é consenso que a seleção de ações no setor terá que ser bem mais cuidadosa no ano que começa. Como o desempenho das ações da Lojas Americanas ficou bem aquém de seus pares, analistas começam a olha-lás com outros olhos.

A Link Investimentos, por exemplo, acredita que empresas que não possuem tanta dependência de crédito, que deverá ser menos abundante em 2011, e boa penetração em diversas classes sociais tendem a ser beneficiadas - como é o caso da Lojas Americanas. A corretora ainda cita como ponto positivo a atuação da companhia em grande parte do território nacional e elege os papéis da empresa como top pick do setor.

A Fator, por sua vez, lembra do "agressivo" plano de expansão da Lojas Americanas para os próximos anos, com meta de 900 lojas até o final de 2013, o que representaria um aumento de 119% no total visto ao final de 2009.  Embora animados, a dupla de analistas prevê um total de 780 lojas ao final desses três anos. A Concórdia também espera que o braço eletrônico da empresa, a B2W (BTOW3), volte a apresentar melhores desempenhos, justificando a inserção da companhia nas 10 melhores opções para 2011.

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Vivo: reestruturação societária a caminho
No último ano, a Vivo, líder em participação de mercado na telefonia móvel brasileira, foi alvo de uma longa novela envolvendo seu controle. As negociações culminaram com a venda da participação de 30% que a Portugal Telecom detinha na companhia à Telefónica, dona de outros 30% na empresa, por € 7,5 bilhões.

Recentemente, os Conselhos de Administração de  Vivo e Telesp (TLPP4) enviaram um comunicado ao mercado sobre a aprovação da reestruturação societária entre as duas empresas, com a incorporação da primeira pela operadora de telefonia fixa. Buscando zelar pelos interesses de cada uma das partes na operação, foram constituídos comitês especiais independentes na Vivo e na Telesp para negociarem a relação de substituição de ações, bem como também manifestarem-se a respeito das demais condições da reestruturação societária que vierem a ser propostas.

De fato, a impressão dos bancos de investimentos BTG Pactual e JP Morgan é de que a relação de troca será justa e preservará os interesses dos minoritários. "Nós esperamos que a Telefónica proponha uma transação justa para os minoritários da Vivo e da Telesp. Este tem sido o caso nas recentes transações envolvendo a companhia e seria importante para deixar os mercados de capitais no Brasil como uma potencial fonte de novos financiamentos para a Telefónica", dizem em relatório os analistas Carlos Sequeira, Fabio Levy e Bernardo Miranda, do BTG.

Além dos eventos societários previstos para este ano, a companhia ainda deve ser beneficiada por aumento da demanda por ações que tenham bom retorno, alta qualidade e projeção positiva de crescimento, como é o caso da Vivo, de acordo com o BofA Merrill Lynch.

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Pão de Açúcar: integração com Casas Bahia favorece companhia
As principais varejistas estão, como foi dito anteriormente, caras na opinião dos analistas, mas podem continuar a ter boa performance caso continuem a entregar crescimento dos ganhos como tem ocorrido até agora. No entanto, diante desse cenário em que a relação entre risco e retorno não parece atrativa, o JP Morgan é mais seletivo e escolhe as ações do Pão de Açúcar para compor seu portfólio modelo para o Brasil.

A Ativa Corretora também faz a mesma escolha, apontando o Pão de Açúcar como um player diversificado, com foco tanto no segmento de alimentos quando no de eletrodomésticos.

Além disso, a corretora lembra ainda que a companhia deverá ser beneficiada, em 2011, pela integração com a Casas Bahia e o aproveitamento de sinergias e pela estratégia de expansão, que deve imprimir maior crescimento à empresa neste ano.

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GOL: crescimento da classe C sustenta bom prognóstico
A Link tem uma visão bastante positiva para o transporte aéreo no próximo ano, sustentado pelo crescimento da atividade econômica e a maior penetração do transporte aéreo, com crescimento das classes C e D. Há ainda perspectiva de redução dos custos, com aumento da utilização das aeronaves, o que deverá melhorar a competitivade em relação ao transporte rodoviário sem redução de margens.

"Deste modo, veremos margens maiores, aumento da geração de caixa, o qual, num segundo momento, levará a redução da alavancagem das companhias - entendemos que a GOL realizará esse movimento mais rapidamente que seus pares", comentou a corretora, e por isso as ações da companhia são top pick no setor.

Raphael Figueredo, da ICAP, vê ainda no gráfico da companhia um bom ano para os papéis da empresa.

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Bradesco: seguros fornecem resiliência ao negócio
Com menos votos do que o Itaú Unibanco, o Bradesco também aparece em alguns portfólios como boa opção no setor bancário para composição da carteira para este ano.

O JP Morgan, por exemplo, acredita que a instituição tem maior resiliência face a um aperto monetário porque cerca de 30% do seu negócio é centrado em seguros. Além disso, o banco ressalta também que o Bradesco é uma blue chip de alta liquidez, o que o favorece no enfrentamento do cenário previsto para o próximo ano.

O foco em seguros, lembra a Ativa, ainda beneficia a empresa porque tem alto potencial de crescimento. Além disso, também o Bradesco deverá ser beneficiado pelo espaço para crescimento de crédito no Brasil e pela elevada capilaridade de atuação no País.

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Tractebel: privada, é boa aposta para enfrentar riscos políticos
A Tractebel é uma empresa geradora pura, que se beneficia tanto do perfil defensivo do setor de energia elétrica quanto da combinação de crescimento econômico mais acelerado e de maiores preços médios de energia no mercado spot, afirma a Concórcia Corretora. Além disso, apontou a Ativa, a empresa ganha atratividade por ser uma companhia privada, à medida que aumentam os riscos políticos em relação às companhias públicas.

Em relação ao cenário regulatório, a Tractebel também encontra-se em melhor posição, já que seus contratos são recentes e não deverão ser afetados pelos problemas de renovação que emperram outros papéis do setor, apontou a Concórdia. "A empresa alia diferencial de crescimento com remuneração razoável em proventos", justificou por último a corretora.


Fonte: ERS Consultoria & Advocacia

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