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Reestruturação societária sai até abril

Após aprovação da CVM, BC e acionistas, bolsa pode abrir capital ainda neste ano.

Gazeta Mercantil

Após aprovação da CVM, BC e acionistas, bolsa pode abrir capital ainda neste ano. A Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) espera concluir em três ou quatro meses sua reestruturação societária - a desmutualização. A previsão foi feita ontem pelo presidente da Bolsa, Manoel Felix Cintra Neto. A desmutualização vai abrir caminho para a venda ao público de ações da BM&F. Hoje, o patrimônio de R$ 900 milhões da BM&F está nas mãos de 730 sócios, que detêm títulos de quatro categorias diferentes, avaliados entre R$ 4,5 milhões e R$ 10 mil. Há ainda 15 títulos na tesouraria da bolsa.

Segundo Edemir Pinto, diretor geral da BM&F, para operar na bolsa hoje é preciso ser dono de um título; com a desmutualização, todos os atuais donos continuarão com o direito de operar nos pregões e balcão, mas outros participantes poderão participar, sem ter que necessariamente adquirir títulos (ou ações).

Depois de concluído, o projeto de desmutualização precisará ainda ser aprovado pelas autoridades e pelos acionistas da empresa em que bolsa se transformará. Após essas aprovações é que será discutida a hipótese de abrir o capital. Se as ações forem a mercado, investidores de todos os perfis (e não apenas instituições financeiras) poderão ser acionistas da BM&F.

Cintra Neto acredita que a aprovação e a eventual decisão de abrir o capital sairão ainda neste ano. A desmutualização torna a bolsa uma empresa com fins lucrativos, mas segundo Cintra Neto, isso não vai aumentar os custos. Além disso, completa, as que abriram o capital assistiram a uma valorização das ações.

Projetos para 2007

Além da desmutualização, a bolsa tem ainda vários outros projetos para este ano. "O maior desafio é ser efetivamente global", diz Cintra Neto. A BM&F está entre as dez maiores bolsas de futuros e mercadorias do mundo, mas quer crescer mais. "Precisamos de igualdade de condições para competir", diz o presidente. Uma das prioridades é obter do Banco Central (BC) a autorização para receber garantias em dólares e títulos públicos no exterior (a BM&F tem escritórios em Nova York e em Xangai, na China). Pinto lembra que a BM&F está preparada para negociar dez vezes mais do que o volume atual.

Outra mudança prevista para breve é implantar a plataforma eletrônica de dólar à vista. Segundo Pinto, 80% das negociações de dólar pronto são "casados" com vencimentos de contratos futuros de dólar, o que dificulta a participação in loco, ao vivo, dos operadores - eles precisariam se dividir em dois para estar em ambos os pregões ao mesmo tempo. O superintendente espera que a modificação sirva para aumentar os volumes negociados - hoje, um ano e meio depois de inaugurada, o total negociado na roda de dólar pronto equivale a apenas 20% do volume do mercado a vista da moeda (ou US$ 400 milhões, segundo ele).

Uma série de novos contratos e produtos também está no forno - a maioria destina-se a atrair a participação de estrangeiros, que no ano passado representaram 20% do movimento total. Opções de spread, opções com ajuste, "exchange for risk", todos muito usados nas bolsas internacionais, mercado de carbono e metais não-ferrosos são alguns exemplos (ver matéria ao lado).

O aumento dos volumes liquidados pela clearing de ativos também é prioridade. No final do ano passado a BM&F concluiu a segunda etapa de implantação do projeto, e a terceira e última deve estar terminada até junho, diz Cintra Neto. "Queremos que 70% do volume diário de R$ 120 bilhões liquidados no mercado a vista passem pela nossa clearing", diz Pinto.

No ano passado, a BM&F negociou uma média de 1,116 milhão de contratos por dia, equivalente a um volume financeiro de US$ 43 bilhões, em média. Em contratos mini, negociados eletronicamente numa plataforma pela internet, foram movimentados 8,8 milhões, ante 1,1 milhão negociado no ano passado.

Fonte: ERS Consultoria & Advocacia

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