Inadimplência avança em julho nas famílias de até 5 salários mínimos
Por outro lado, o percentual geral de famílias com dívidas em atraso por mais de 90 dias chegou a 47,9% do total de endividados em julho deste ano, o maior percentual desde novembro de 2023
Hora do Povo
A inadimplência avançou mais entre as famílias de até 5 salários mínimos na passagem de junho para julho deste ano, segundo dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
No mês de julho, o nível de endividamento dos consumidores ficou em 78,5% das famílias brasileiras, sendo uma ligeira queda de 0,3 ponto percentual (p.p.) em relação ao mês de junho deste ano (78,8%) e de 0,4 p.p. frente ao mesmo mês de 2023, na ordem. Já o percentual de famílias com dívidas manteve-se em 28,8%, e o dos que afirmaram não ter condições de pagar caiu de 12,0% para 11,9% no mesmo período.
Por outro lado, o percentual geral de famílias com dívidas em atraso por mais de 90 dias chegou a 47,9% do total de endividados em julho deste ano, o maior percentual desde novembro de 2023.
Por faixa de renda, a população de menor renda foi a parcela com maior incremento nas dívidas em atraso e no percentual que não terá condições de pagar essas dívidas. Entre junho e julho, o nível de dívidas em atraso da parcela com renda de até 3 salários mínimos saiu de 36,5% para 36,8%, e o da parcela de 3 a 5 salários mínimos subiu de 26,2% para 27,1%.
Dos que não terão condições de pagar dívidas atrasadas com renda de até 3 salários mínimos, a porcentagem avançou de 17,0% para 17,4%, e a da faixa de renda de 3 a 5 salários mínimos cresceu de 9,8% para 10%.
Com a manutenção dos juros em níveis elevados no Brasil, o setor financeiro segue sendo o vilão das dívidas. O cartão de crédito foi apontado por 86% dos entrevistados como o principal responsável pelo endividamento. Em seguida, estão carnês (15,7%), crédito pessoal (10,6%), financiamento de casa (9,1%), financiamento de carro (8,4%) e crédito consignado (5,6%).
Na última quarta-feira (31), em decisão unânime, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) manteve a taxa básica de juros da economia (Selic) em 13,75% ao ano, dificultando ainda mais o acesso ao crédito no país e criando mais dificuldades para consumidores e empresas limparem os seus nomes na praça via refinanciamento de suas dívidas a juros mais baixos.
Imagem: Freepik
Fonte: ERS Consultoria & Advocacia
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