07 de Maio de 2007 - 14h:41

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Alto escalão comete 50% das fraudes contra empresas

Por: Gazeta Mercantil

Estudo da KPMG revela o perfil do profissional que comete atos ilícitos em benefício próprio. Eles têm entre 36 e 55 anos, possuem diplomas universitários, cursos de especialização e comandam jogadas empresariais de alto risco. Preferem trabalhar sozinhos mas, quando atuam em parceria, multiplicam ganhos em quase sete vezes. Esse é o perfil dos executivos fraudadores de empresas, segundo conclusão da KPMG Consulting , que ontem divulgou um estudo internacional sobre o "Perfil do Fraudador 2007". De acordo como estudo, 49% das fraudes são cometidas por executivos do alto escalão.

O estudo teve como base a análise de 360 casos atuais de investigação de fraudes realizados pelo departamento internacional de forensic da KPMG da Europa, Oriente Médio, África e Índia. Ainda de acordo com a sondagem, há golpes como maquiagem de resultados, desvio de recursos e pagamento de propinas variam entre € 5 mil e €500 milhões por ano. A pesquisa relata que em 50% dos casos ocorridos as empresas não comunicam internamente a fraude e 15% selecionam algumas informações para dividir com os colaboradores. Após a descoberta da fraude, a mídia e as autoridades responsáveis raramente são informadas e, com isso, dificilmente os delitos são submetidos a investigações criminais. "Os crimes cometidos por membros do alto escalão das empresas sempre afetam a saúde financeira e também a imagem e reputação da companhia. Isso acontece porque esses executivos assumem maior responsabilidade pois têm mais liberdade e poder", comenta o diretor da KPMG Werner Scharrer.

Ao comparar o perfil dos executivos fraudadores dos países citados na pesquisa com os do Brasil, Scharrer destaca que existe casos similares, mas ressalta que a grande maioria dos executivos brasileiros estão pensando mais em se manter na posição em que estão do que cometerem fraudes internas. "A questão da remuneração, onde o executivo ganha bônus por conta do resultado obtido é uma forma segura de não fazê-lo pensar em cometer fraudes corporativas", explica o diretor da KPMG.

Scharrer diz ainda que grande parte das fraudes ocorridas nas empresas estabelecidas no Brasil estão relacionadas a negociação com fornecedores. "A ética é uma questão que nem todo ser humano tem em qualquer lugar do mundo. Sobretudo, se forem encontradas facilidades de negociações internas ou externas. Nesses casos o crescimento profissional é deixado de lado para prevalecer a ganância", completa.
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