24 de Abril de 2007 - 14h:40

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Desafios ao empreendedor

Por: DCI

Empreender, neste país, é algo para poucos corajosos. Afinal, ano após ano, o sonho de muitos brasileiros de abrir ou expandir seu próprio negócio esbarra nos mesmos entraves: o número absurdo de impostos e a não menos absurda burocracia. Uma empresa sediada na cidade de São Paulo, por exemplo, é obrigada a arcar, no mínimo, com quatro impostos federais (PIS, Cofins, Contribuição Social e Imposto de Renda), além de outros estaduais (como o ICMS) e municipais (ISS, por exemplo), somando oito tributos, sem incluir outras taxas. Empresas de gêneros alimentícios ou indústrias com atividades consideradas potencialmente poluidoras chegam a arcar com 12 taxas e impostos nas três esferas.

Boa parte desses entraves, pelo menos para os pequenos empreendimentos, deverá desaparecer a partir de 1º de julho, quando entra em vigor a nova Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas. A lei, no entanto, ainda precisa ser regulamentada pelos estados e municípios para ganhar validade.

O emaranhado tributário, porém, não é o único obstáculo que enfrenta o empreendedor na corrida pelo sucesso de seu negócio. Mudanças constantes na legislação e a falta de experiência no acompanhamento empresarial contribuem para barrar a formação de novas empresas, a geração de empregos e o conseqüente desenvolvimento nacional.

Uma pesquisa realizada pela Global Entrepreneurship Monitor (GEM), que avalia os níveis de empreendedorismo em 42 países, revela que apenas 12,9% das empresas do País têm mais de três anos e meio de vida. Para entender por que apenas uma escassa minoria consegue sobreviver, alguns pontos devem ser discutidos.

O principal motivo da maioria dos fechamentos das empresas envolve questões trabalhistas e fiscais. Os empresários, em diversas ocasiões, ficam em dúvida entre enfrentar os constantes e maciços aumentos de tributos, omitir informações ao Fisco ou migrar definitivamente para a informalidade. O cenário fica mais obscuro ao se analisar que as mudanças tributárias efetuadas pelo governo recaem principalmente sobre os micro e pequenos empresários. Outro obstáculo no caminho entre sucesso e fracasso do empreendimento é o processo de planejamento, não só o tributário, mas também o operacional. Muitos empresários ingressam no negócio sem conhecimento de custos ou da viabilidade de sua concretização. A falta de uma avaliação prévia do empreendimento interfere em grande escala na sobrevida de uma empresa.

A falta de um acompanhamento profissional, ainda, é outro obstáculo na trajetória empresarial. A grande maioria dos empreendedores desconhece, além dos tributos aos quais estarão sujeitos, os custos envolvidos em um negócio. Mesmo assim, não procuram ajuda específica. O suporte de um especialista é fundamental na gestão da empresa, uma vez que é imprescindível o apoio de quem planeja, faz contas, controla e avalia os ganhos e custos na condução do negócio. Uma assessoria séria, o estudo e o conhecimento sobre o que se quer empreender e uma avaliação aprofundada dos custos que envolverão o negócio são fatores de êxito de uma empresa. Empenho máximo e sorte são outros itens imprescindíveis na escalada para o sucesso empresarial.

A conseqüência natural é a geração de empregos e o crescimento do País.
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