21 de Junho de 2011 - 14h:55

Tamanho do texto A - A+

Otimismo empresarial é o menor em um ano, mostra Serasa Experian

Por: Serasa Experian

A Pesquisa Serasa Experian de Expectativa Empresarial para o 3º trimestre mostra que 64% dos empresários entrevistados vão rever suas estimativas de faturamento para o período, em relação ao trimestre anterior. Desses 79% vão fazê-lo para cima, constituindo-se no menor patamar para esta resposta desde o 4º trimestre de 2009. Para 21% a revisão será para baixo. No 2º trimestre deste ano, 88% dos empresários iam rever para cima seu faturamento e 12% para baixo.

Por setor, o comércio tem 86% de seus empresários revendo para cima seu faturamento no 3º trimestre. Nos serviços, são 76%, e na indústria, 75%.

Na análise por porte, 83% das médias empresas estão revendo seu faturamento para cima, no período. Neste sentido, são 79% nas pequenas e 73% nas grandes.

Por região, a mais otimista é a Nordeste, em que 92% de seus empresários estão revendo para cima seu faturamento no 3º trimestre. Em seguida estão: a Norte (81%), a Sudeste (77%), a Centro-Oeste (74%) e a Sul (72%).

Faturamento em 2011

Para 2011, 68% dos empresários brasileiros pesquisados em junho esperam um faturamento melhor que em 2010, 19% igual e 13% pior.

Em março de 2011, 72% esperavam um faturamento melhor que o ano anterior, 18% igual e 10% inferior. Cabe lembrar que 2009 foi o ano da crise, o que faria as expectativas de elevação do faturamento superiores de qualquer maneira.

Considerando os setores, 75% dos empresários do comércio esperam aumento do faturamento em 2011 em relação ao ano passado. Nos serviços são 68% e na indústria 56%.

Por porte, as grandes empresas têm 79% dos respondentes apostando em aumento do faturamento entre 2011/2010. Nas médias empresas são 71% e nas pequenas 68%.

Por região, Nordeste é a mais otimista, com 82% de seus respondentes nesta direção. A Sudeste tem 67%, a Sul e a Norte com 64% cada e a Centro-Oeste com 58%.

Quadro de funcionários

Na comparação do 2º com o 3º trimestre deste ano, diminuiu de 35% para 31% os que vão contratar mais. Os que acham que vai manter o quadro atual saiu de 58% para 63% e os que estimam que o quadro vai ser reduzido passou de 7% para 6%.

Investimentos

Caiu o percentual de entrevistados que diz que o investimento de sua empresa crescerá no 3º trimestre. No 2º trimestre eram 32% e para o próximo são 29%. Em compensação, aumentaram os que vão manter como planejado, que de 54% foi para 58%. Os que vão empreender cortes de 5% foram para 4% e os que vão postergar investimentos não mudaram (9%).

O setor que apresenta a maior intenção de investimentos, segundo 37% de seus principais executivos, são as instituições financeiras, que ainda têm 58% mantendo o que foi programado. O comércio tem 29% dos empresários com objetivo de ampliar investimentos no próximo trimestre e 62% mantendo o programado. Os serviços têm 30% buscando aumentar investimentos, 55% mantê-los e 10% para postergá-los. A indústria tem 25% de suas empresas visando a empreender mais investimentos, 58% vão manter seu planejamento e 13%, adiá-los.

Por porte, 33% dos empresários das grandes empresas vão ampliar investimentos no próximo trimestre e 56% vão cumprir o que já tinham estipulado. Nas médias empresas essa razão é de 30% e 57% e nas pequenas 29% e 57%.

Por região, a Nordeste tem a maior parcela de empresários respondendo que vão incrementar seus investimentos, 37%, com 57% prevendo manutenção dos (investimentos) planejados. Na Norte, esta composição é de 31% e 50%, na Centro-Oeste 28% e 62%, na Sudeste 28% e 58% e na Sul 27% e 54%.

Condições de Crédito

Apenas 19% dos entrevistados de todo o Brasil acreditam que as condições de crédito (prazos, limites e encargos) irão melhorar no 3º trimestre em relação ao anterior. 50% acham que permanecerão as mesmas. No 2º trimestre, 25% apontaram que iriam melhorar, 51% se manter e 24% piorar.

O comércio é o setor que mais acredita em melhores condições de crédito no 3º trimestre, segundo 24% de seus entrevistados, e 46% apostam em manutenção das condições. Nos serviços a relação é de 18% e 51% e na indústria 13% e 56%.

Por porte, a grande empresa tem ligeira parcela maior de empresários que acham que as condições de crédito melhorarão no 3º trimestre, em relação ao anterior, 22%, com 56% achando que permanecem as atuais. Nas médias são 18% e 60% e nas pequenas 19% e 50%.

Por região, 36% dos empresários do Nordeste acham que as condições de crédito ficarão melhores, com 39% acreditando que não haverá mudanças entre os 2º e 3º trimestres. No Norte são 26% e 54%, no Sudeste 19% e 51%, no Centro-Oeste 12% e 59% e no Sul 9% e 52%.

Oferta de crédito

Na visão das instituições financeiras, para pessoa jurídica 63% dos entrevistados acham que aumentará a oferta de crédito para as empresas, no 3º trimestre em relação ao anterior, e 31% acham que não haverá mudança. No 2º trimestre eram 51% e 39%, respectivamente.

Para pessoa física, 46% acreditam que a oferta de crédito crescerá e 44% se manterá. No 2º trimestre eram 48% apostando na elevação da oferta e 31% não enxergavam mudanças.

Inflação e repasses de preços

Para 66% dos empresários brasileiros, a inflação está impactando os custos de seu negócio. O setor que mais destaca isso é a indústria, de acordo com 73% de seus executivos. Compartilham dessa mesma opinião: comércio (69%), serviços (64%) e instituições financeiras (60%).

Na análise por porte, 69% das grandes empresas afirmam que a inflação está pressionando seus custos. Nas médias e pequenas empresas 67%, em cada uma, concordaram com a afirmação.

Por região, 79% dos empresários do Sul disseram que suas empresas sofrem aumento de custos com a inflação. Assim, no Centro-Oeste foram 68%, no Nordeste 64%, no Sudeste 63% e no Norte 45%.

Em relação aos repasses dos custos mais altos para os preços de seus produtos, a maior parte dos respondentes disse que serão parcialmente repassados. A exceção cabe às instituições financeiras, que apontaram ainda não ter repassado o aumento dos custos, mas que ainda irão fazê-lo, e os serviços, que estão divididos entre esta opção e os que pretendem repassar futuramente.

Comentários

Depois de quatro trimestres de expectativas empresariais muito positivas, acima dos 84%, a do 3º trimestre 2011 rompe a barreira dos 80% e fica com 79%.

Pelo conjunto das respostas, os impactos da política monetária restritiva, via elevação dos juros e restrições ao crédito, para combate da inflação, têm sido representativos.

O encarecimento do capital de giro está afetando todos os setores, principalmente nas expectativas em relação às condições de crédito. Há um sentimento generalizado de que os juros aumentarão ainda mais e os prazos de financiamento ficarão mais curtos.

Por todas essas razões, somadas à valorização do real, a indústria é o setor menos otimista da pesquisa, com a mesma percepção estão empresários da região Sul.

Os repasses de preços, decorrentes dos maiores custos empresariais, deverão ser mais generalizados no 3º trimestre.

VOLTAR IMPRIMIR