Credores do Mataboi querem pagamento igualitário
Por: TopNews
Cerca de 70 credores do frigorífico Mataboi, que está em recuperação judicial, participaram na manhã desta quarta-feira (15) de uma reunião para ouvir a proposta de pagamento dos representantes do frigorífico. Os pecuaristas e fornecedores não aceitaram a proposta, onde os credores com créditos até R$ 60 mil e acima disso iriam receber de formas diferentes.
O plano de pagamento divide os credores em três categorias: trabalhistas, fornecedores e demais credores. Para quem tem créditos até R$ 60 mil o pagamento seria feito em quatro parcelas trimestrais de 25% do valor total. Já quem têm créditos acima de R$ 60 mil receberia em 12 parcelas de pagamentos trimestrais de 8,33% do valor total, no entanto, após um período de 12 meses de carência.
O grupo, que completo chega a quase 200 credores de Rondonópolis e região, quer que o frigorífico refaça a proposta sem discriminar um ou outro e também não aceitam a carência. “Não queremos que sejam pagos só os credores que têm até R$ 60 mil, mas todos e com no mínimo R$ 60 mil no ano”, explicou Sérgio Guareschi, assessor jurídico do Sindicato Rural de Rondonópolis, que representa 67 credores.
O representante em Rondonópolis da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Marco Túlio Soares, defende que o Mataboi tem condições de fazer pagamentos de até R$ 100 mil no ano. Por outro lado, Andrei Cota e Thiago Bessa, executivos do frigorífico que conduziram a reunião nesta manhã, afirmaram que a empresa não pode assumir essa proposta. “Sabemos que a proposta (apresentada hoje) não é tão boa e nem tão justa, mas é o limite da coerência”.
O fim da carência também foi reivindicação de credores de Uberlândia (MG) e Santa Fé de Goiás (GO) e, segundo os executivos, será possível rediscutir a questão. Além disso, os credores de Mato Grosso querem o acréscimo de juros na dívida, pelo menos levando-se em consideração o reajuste do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).
Próximos passos
No dia 12 de agosto, às 14 horas, no Parque de Exposições de Rondonópolis, os credores da região participam de uma nova reunião para avaliar a contraproposta do frigorífico. A Assembléia Geral dos Credores deve acontecer no final de agosto ou início de setembro e o Mataboi precisa enviar o novo plano de pagamentos 30 dias antes.
De acordo com Sérgio Guareschi, a reunião pretende chamar os credores para não faltaram à assembléia. “Queremos mobilizar o máximo possível, que mandem representantes legais ou estejam pessoalmente, pois isso ajuda muito na decisão.”
Em Rondonópolis, a planta do Mataboi continua fechada e, segundo os executivos, há planos de retomar a empresa, mas isso deve demorar. No município, 300 funcionários foram demitidos. O Mataboi tem sua matriz em Araguari (MG), com 250 funcionários, e sedes em Três Lagoas (MS), com 500 funcionários, e Santa Fé de Goiás (GO), com cerca de 700 funcionários.
