08 de Junho de 2011 - 15h:09

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Sony e Toshiba podem fundir negócios de tela sensível ao toque

O governo do Japão, para proteger a liderança do país na produção de telas sensíveis ao toque usadas em telefones celulares e tablets, planeja a fusão das operações da Sony e Toshiba no setor. A medida daria origem a uma nova empresa, com controle majoritário do governo.

Sony e Toshiba negociam transferir a produção de pequenas telas de cristal líquido a um empreendimento conjunto com a Innovation Network Corporation of Japan (INCJ), fundo de investimento que recebeu mais de 90% do capital do governo, de acordo com uma fonte a par da situação.

A demanda por telas pequenas sensíveis ao toque cresce a passos largos, graças à popularidade dos aparelhos sem fio. Embora controlem um terço do mercado mundial, os produtores japoneses estão sob pressão cada vez maior de rivais de Taiwan e da Coreia do Sul.

Os grupos japoneses temem ser superados da mesma forma que ocorreu com as TVs de cristal líquido. Um dos motivos pelos quais o Japão não conseguiu manter terreno no mercado de televisões de LCD, segundo analistas e executivos do setor, é que a produção ficou espalhada entre as várias fabricantes de bens eletrônicos do país, sem que nenhuma tivesse condições de produzir em escala suficiente nesse segmento, que rapidamente tornou-se campo de disputa, com baixas margens de lucro e alto volume de produção.

Em 2010, a Toshiba controlava pouco mais de 9% do mercado de telas pequenas de cristal líquido, segundo o grupo de pesquisas DisplaySearch; a participação da Sony era pouco superior a 6%.

O fundo INCJ é o mais recente entre vários veículos de investimento criados pelo governo japonês para promover novos setores ou incentivar os que enfrentam problemas. Desde 2010, o INCJ investiu em mais de dez empresas de tecnologia, em sua maioria pouco conhecidas, e está preparada para comprar 100 bilhões de ienes (US$ 1,25 bilhão) em novas ações da possível joint venture da Sony e Toshiba, segundo o jornal japonês "Nikkei". Isso daria ao fundo participação controladora de 70% a 80%, de acordo com o jornal.

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