05 de Abril de 2011 - 16h:50

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Rentabilidade das empresas brasileiras em 2010 foi a maior desde 2007, aponta estudo da Serasa Experian

Balanços de 2010 confirmam o bom desempenho do ano; o setor de serviços é o destaque com maior rentabilidade e maior nível de investimento no ano

Por: ESTUDO ESPECIAL SERASA EXPERIAN

Em 2010, a rentabilidade total das empresas brasileiras dos três setores da economia – indústria, comércio e serviços – foi a maior desde 2007 e atingiu 10,3%. De 2007 a 2009, este índice ficou respectivamente em 9,7%, 5,9% e 6,2%. São dados do estudo da Serasa Experian com base nos primeiros balanços encerrados em 31 de dezembro de 2010, registrados em sua base de dados entre janeiro e março de 2011.

O estudo avaliou o desempenho de 1.155 empresas tanto de capital aberto como de capital fechado, de grande, médio e pequenos portes, dos três setores da economia: indústria, comércio e serviços. A análise revela que as empresas brasileiras apresentaram resultados positivos, medidos pelos indicadores de receitas, lucros e de ativos.

A evolução do faturamento geral também foi recorde, com 11,3% de crescimento em 2010, superando o ano de 2007 que tinha atingido 8,4% de crescimento.

O ano de 2010 foi marcado pela excelente dinâmica da economia brasileira. As empresas foram beneficiadas pelo cenário favorável de emprego e renda da população, pela expansão creditícia, favorecendo a elevação do consumo interno.

Serviços – Destaque para os segmentos de energia elétrica, transportes e telefonia

Na análise por setor, as empresas atuantes no setor de serviços apresentaram rentabilidade de 14,1% em 2010, e superaram o resultado apresentado pela indústria e pelo comércio. A apreciação do real frente ao dólar causou um efeito positivo no custo financeiro das empresas com dívidas em moeda estrangeira.

O faturamento dos serviços também evidenciou crescimento de 5,2% em 2010, beneficiado por fatores como aumento do nível de emprego, melhoria da renda, reativação industrial, crescimento do varejo e aumento da procura por serviços bancários.          

Esse desempenho proporcionou ao setor manter os significativos investimentos em ativos fixos, influenciado pela necessidade de atender a demanda crescente por infraestrutura no mercado interno e por maiores linhas de financiamento, favorecendo projetos modernizantes.

Comércio – Destaque para supermercados, varejo têxtil, atacado e farmácias

O comércio apresentou crescimento de 9,0% no faturamento em 2010, impulsionado pela demanda interna que se manteve aquecida. O cenário favorável de emprego e renda da população, das reduções tributárias pontuais e da retomada industrial, garantiu o excelente desempenho de vendas.

O comportamento da receita também é sustentado pela expansão do crédito concedido aos clientes, que apresentou crescimento de 63,7% no período de 2007 a 2010, bem superior à evolução das obrigações com fornecedores, que cresceram 39,9% no mesmo período. Redes varejistas têm prolongado prazos de pagamento das compras de eletrodomésticos, eletrônicos e equipamentos de informática.

Percebe-se ainda um aumento dos estoques, superior aos créditos obtidos e concedidos. As importações – estimuladas pela valorização do real frente ao dólar – sinalizam a estratégia utilizada por parte do comércio, para conter os custos com mercadorias e melhorar a margem líquida, que passou de 2,5% em 2009, para 4,3% em 2010.

Indústria – Destaque para siderurgia, madeiras, alimentos e tabaco

A indústria apresentou a melhor recuperação de faturamento em relação aos demais setores, com crescimento de 16,8%, em parte por causa da redução causada pela queda de 4,7% em 2009, quando foi impactada pela crise econômica mundial. A retração das exportações e os elevados estoques restringiram a retomada do nível de atividade do setor, o que manteve o índice de produção industrial inferior frente ao de 2008.

Já em 2010, a atividade da indústria foi impulsionada pelo aumento da renda real, do emprego e do crédito e, pelas isenções tributárias pontuais para a produção de veículos leves, bens de capital, material de construção, móveis e eletrodomésticos da linha branca.

O setor industrial também apresentou significativa melhora da rentabilidade que atingiu 12,7% em 2010, melhor índice no período do estudo. As margens foram favorecidas pelo aumento das receitas, o que contribui para a absorção dos gastos fixos e pelo reflexo positivo da taxa de câmbio para segmentos no qual parte dos custos é importada, bem como para as empresas com dívidas em dólar, cuja cotação em queda reduziu as dívidas, em reais, que se refletem na melhora do resultado financeiro.

Com uma forte geração de lucro em 2010 foi possível ampliar os investimentos em ativos, que passaram a representar 10,4% do faturamento. Os investimentos são direcionados para elevar a capacidade instalada, além da modernização do parque fabril e aquisições de empresas, estratégia utilizada, inclusive, para ampliar os mercados.

Conclusão

Este primeiro extrato das companhias nacionais espelha o bom momento vivido pela economia no ano de 2010, de acordo com os analistas da Serasa Experian, o qual se caracterizou como um período de consolidação da economia, beneficiado pela eficiência da gestão das empresas brasileiras, que souberam usufruir de benefícios concedidos temporariamente pelo Governo Federal, para conter a turbulência internacional.

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