25 de Fevereiro de 2011 - 13h:05

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GM volta a ser rentável e Brasil não precisa mais mandar lucros à matriz

Por: Karina Lignelli - O Globo

Pela primeira vez desde 2004, a GM apresentou lucros por quatro trimestres consecutivos em 2010, fechando o ano com receita global de US$ 136 bilhões e 8,389 milhões de veículos vendidos no mundo. O Brasil parou de enviar dividendos à matriz, em Detroit (EUA). Em teleconferência realizada diretamente de Detroit, a montadora anunciou a volta à rentabilidade, registrando lucro de US$ 4,668 bilhões em 2010. Há dois anos, a GM passou por um processo de reestruturação com a ajuda do governo americano, após ficar à beira da falência.

A GM América do Sul, que não divulgava os lucros desde 2009 por conta do processo de recuperação judicial, fechou 2010 com lucros antes de juros e impostos (Ebit, na sigla em inglês) de US$ 818 milhões e 1,026 milhão de veículos vendidos. O Brasil representou 65% dessa operação, tanto em vendas como em receita.

- Atingimos os três objetivos: vender mais de 1 milhão de veículos, ter lucros significativos e fechar o ano com fluxo de caixa positivo (de US$ 650 milhões) - afirmou Ardila, em seu escritório de São Paulo.

Para 2011, a expectativa, segundo o executivo, é fechar o ano com 5,3 milhões de veículos produzidos e 3,55 milhões de unidades vendidas na América do Sul. No Brasil, onde a meta é fechar o ano com 1,1 milhão em produção e 700 mil unidades vendidas, Ardila aposta que, com o lançamento de nove veículos a partir do segundo semestre até o fim de 2012, sejam mantidos os mesmos objetivos e o ritmo de crescimento.

Dos R$ 5 bilhões previstos para investimentos no Brasil até 2015, R$ 2 bilhões serão investidos só neste ano, já com o lançamento de três novos veículos - inclusive de um modelo mais compacto e mais barato, que atenda à classe C.

O dinheiro é nosso

A operação brasileira da GM também parou de enviar dividendos à matriz americana para equilibrar a situação financeira da companhia. Segundo Jaime Ardila, graças a uma melhora nos resultados financeiros, o lucro da operação latino-americana, de US$ 933 milhões, é maior que o lucro Ebit (antes dos juros e impostos), de US$ 818 milhões em 2010. O volume, segundo ele, é resultado de um caixa forte, resultado do dinheiro aplicado em bancos que a GM mantém no Brasil. - A matriz não precisa mais do nosso dinheiro - garantiu.

De acordo com o executivo, com a recuperação da empresa, a dívida total de US$ 15 bilhões com o governo americano foi quitada. Hoje, a dívida global da companhia é de US$ 5 bilhões.

- Não há pressão da matriz. O resultado de 2010 mostra que o dinheiro ficou aqui. Tanto que estamos investindo em produtos novos - concluiu.

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