13 de Janeiro de 2011 - 15h:15

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Bom momento econômico fez cair falências no País

Por: Jornal do Comércio

Que tivemos um dos melhores anos em termos socioeconômicos em 2010, parece que não restam mais dúvidas. Para alguns, elogiar os acertos de Lula da Silva é adesismo oportunista. No entanto, não se pode lutar contra a notícia, o fato, ainda que discordando, aqui e ali, dos rumos com viés ideológico que ocorreram nos oitos anos com Lula à frente do País. Uma das provas do bom momento é que o número de falências decretadas no Brasil em 2010 foi o menor desde 2005, ano em que foi editada a nova Lei de Falências. No acumulado dos 12 meses de 2010, houve 732 decretos, segundo a Serasa Experian, empresa especializada em análise de crédito. As micro e pequenas empresas foram as que apresentaram o maior recuo no número de falências decretadas no período, o que é alvissareiro. De janeiro a dezembro de 2010, houve 653 decretos, enquanto em 2009 foram 831. Já as médias empresas somaram 64 decretos em 2010, seis a mais que em 2009. As grandes empresas, por sua vez, tiveram 15 falências decretadas, número inferior às 19 verificadas em 2009.

Na avaliação dos economistas da Serasa Experian, os indicadores de insolvência das empresas recuaram em 2010 em decorrência do ambiente econômico favorável. Os principais motivos para isso foram o mercado interno aquecido, as políticas de estímulo econômico, a recuperação da oferta de crédito, o alongamento dos prazos de financiamento e a maior disponibilidade de recursos por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes). Além disso, o recuo da inadimplência e o desenvolvimento de obras de infraestrutura favoreceram a geração de receitas, segundo a análise da Serasa Experian. A exceção continua com as empresas exclusivamente exportadoras que, com o real valorizado e a lenta recuperação das economias desenvolvidas, encontram dificuldades em colocar seus produtos nos mercados, o que afeta seus resultados financeiros. Em 2011, a Serasa Experian avalia que as finanças empresariais não serão comprometidas e que podem ocorrer novas quedas nos indicadores de insolvência. No entanto, segundo os economistas da instituição, a economia deve crescer menos em razão da política monetária restritiva, voltada para o controle da inflação e do ajuste do crescimento do País. A instituição chama ainda atenção para o câmbio e para a valorização do real, que têm levado a um rápido crescimento das importações e aumentado a concorrência para alguns setores industriais.

O Indicador Serasa Experian de Falências e Recuperações é construído a partir do levantamento mensal das estatísticas de falências - requeridas e decretadas - e das recuperações judiciais e extrajudiciais registradas na base de dados da organização. Ora, isso é bom. Com as medidas restritivas adotadas pelo Banco Central para esterilizar alguns bilhões de dólares no mercado futuro que os bancos brasileiros estavam vendendo desde novembro de 2010, apostando na contínua valorização do real, as exportações devem ganhar impulso. Como está, valorizadíssimo, o real só prejudica. Mesmo os parcos US$ 20 bilhões de superávit na balança comercial do ano passado não deverão ser repetidos, segundo os melhores analistas.

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