26 de Outubro de 2010 - 16h:45

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Crise mundial ainda causa impacto no juro bancário para empresas

Por: Azelma Rodrigues - Valor Online

Ainda sob impacto do que ocorreu na crise mundial, os juros bancários para as empresas subiram em setembro pelo sétimo mês consecutivo, para 29% ao ano, a taxa mais elevada desde março de 2009 (28,9%), informou o Banco Central (BC). Em parcial colhida pelo BC para outubro, até o dia 11, essa taxa média de juros subia a 29,1%

Para o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, o movimento tem muito a ver com o quadro de inadimplência. A taxa média geral de atrasos acima de 90 dias continua declinando, mas em função de liquidações por parte de pessoas físicas.

A taxa geral de inadimplência em setembro caiu para 4,7%, a menor desde janeiro de 2009 (4,6%), sendo que as operações de pessoas físicas registraram taxa média de 6%, o menor patamar desde julho de 2005 (5,9%).

A inadimplência das pessoas jurídicas também caiu, mas de 3,6% em agosto para 3,5% em setembro. Lopes comentou que 3,5% “é um patamar ainda um pouco elevado” para a inadimplência das empresas, quando se compara com médias como a de dezembro de 2008, de 1,8%, por exemplo.

Ele explica que os bancos ainda estão cautelosos e as empresas sob impacto do que ocorreu na crise mundial do fim de 2008, quando o crédito geral secou e as empresas foram pegas no contrapé. A inadimplência do segmento subiu a 4% em setembro de 2009, por exemplo.

Lopes acredita que, assim como as famílias têm buscado linhas de crédito mais baratas (como o consignado ou financiamento a veículos) para saldar empréstimos mais caros, também as empresas devem sair, paulatinamente, dessa elevada taxa de inadimplência. “Talvez não aos patamares anteriores de inadimplência, porque ainda há empresas com históricos difíceis”, comentou ele. 

Quando se tomam operações vencidas entre 15 e 90 dias, o BC mostra que a maior dificuldade de algumas companhias está em saldar, por exemplo, linhas de desconto de duplicatas. A inadimplência nessa modalidade, em setembro, ficou em 7,7%. Melhor, porém, do que em agosto de 2009, quando a taxa chegou a 8,9%.

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