18 de Outubro de 2010 - 15h:20

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Bons resultados adiam leilão da Albertina

Usina, em processo de recuperação judicial, já quitou R$ 122 milhões de sua dívida

Por: Gazeta do Ribeirão

A Companhia Albertina, usina de açúcar e álcool de Sertãozinho que está em recuperação judicial desde novembro de 2008, conseguiu adiar em seis meses seu leilão judicial em uma assembleia realizada ontem com seus credores. De acordo com o plano de recuperação, aprovado em maio de 2009, o leilão estava previsto para novembro deste ano. Mas, por conta dos bons resultados de produção na safra atual, a usina consegui estender o prazo para o dia 15 de abril.

De acordo com Marcelo Millet, gestor interino da Cia. Albertina e diretor da Intermixture Consultoria Empresarial, que esteve ontem em Ribeirão para a assembleia, a medida tem como objetivo dar continuidade às operações da usina. “A atual situação do setor e da economia nos favoreceu. O preço do açúcar ajudou muito e a situação do câmbio diminuiu nossa dívida em dólar”, disse Millet.

Na safra atual, a unidade processou cerca de 1,4 milhão de toneladas de cana —desse total, 75% foram destinados à produção de açúcar e 25% ao álcool. Ainda segundo Millet, hoje, a dívida da companhia é de aproximadamente R$ 144 milhões. No início do processo de recuperação, os prejuízos eram de R$ 266,2 milhões. “A aprovação do projeto de continuidade na produção aprovado pelos credores mostra o bom andamento das operações e que há confiança. Apesar da safra menor e o atraso no início da moagem causado pelas chuvas e o processo de recuperação, conseguimos bons resultados”, disse Millet.

De acordo com um balanço divulgado no mês passado, o lucro líquido da companhia foi de R$ 109 milhões. Desde que retomou suas atividades, em junho do ano passado, a Albertina já quitou o crédito de 70% de seus credores e todo o passivo que foi gerado entre o pedido de recuperação, no final de 2008, até a aprovação do plano, em maio do ano passado. Hoje, restam 120 credores de um total de 400. (RS)

Grupo cogita novo adiamento

Com o objetivo de manter a produção na próxima safra, que deve começar em abril, a Albertina poderá convocar uma nova assembleia com seus credores para adiar mais uma vez o leilão da empresa. Mas, de acordo com Marcelo Millet, gestor interino da Cia., outro pedido de mudança do plano pode não ser necessário por conta da possibilidade de venda da usina. “Não existe uma negociação em andamento, mas estamos preparados para isso”, disse Millet. De acordo com ele, para que a empresa seja vendida, é necessário o aval dos três credores principais: a trading Multigrain, o fundo americano Callao e o HSH Nordbank que, juntos detinham US$ 60 milhões em créditos a receber.

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