17 de Setembro de 2010 - 10h:29

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Opção pela classe C faz Ricoy prever vendas de R$ 1,4 bilhão

Por: DCI

Uma das redes mais assediadas entre os supermercados do País, o grupo Ricoy, cujo foco é nas vendas às classes C e D e E, almeja faturar neste ano R$ 1,4 bilhão, cerca de 75% a mais do que no ano passado. Atualmente a rede possui 80 lojas, das quais 55 estão em São Paulo, Grande São Paulo e litoral, e 25, no interior do estado.

Segundo o presidente da rede, Paulo Tadau, com os olhos voltados para a classe emergente desde sua concepção, no ano passado a rede concretizou o plano de expansão no interior de São Paulo, após dar início à aquisição, em maio de 2009, de 12 lojas da rede Gimenes, que entrou com pedido de recuperação judicial. Posteriormente ao acordo jurídico, a rede comprou outras três unidades do Gimenes que estavam fechadas e fora de operação antes do pedido de recuperação judicial: a de Barretos, a de Franca e a do bairro Campos Elíseos (Av. Costa e Silva), em Ribeirão Preto.

Mais duas unidades foram adquiridas da Rede Pedigoni, na cidade de Franca. Antes destas aquisições, a Ricoy marcava presença no interior com seis lojas em Itapetininga (com a bandeira Pão de Mel) e duas em Itu. Tadau explicou que isso aconteceu devido à procura por lojas de preço e produtos diferenciados ter aumentado. "De três anos para cá as classes C, D e E têm ido até o supermercado
comprar as principais marcas", enfatizou ele.

Apesar dos bons resultados obtidos até o momento, o presidente afirma não ter interesse em abertura de capital. "Está tudo bem do jeito que está. Não preciso disso no momento", disse o porta-voz da rede, que hoje cresce por meio de recursos próprios e que começou o
negócio com sua primeira loja em Ribeirão Preto, interior de São Paulo, há mais de 30 anos.

Quando lhe foi perguntado o valor do tíquete médio, ele preferiu não divulgá-lo.

Como o setor supermercadista tem um dos melhores desempenhos no varejo, não é de estranhar que o Ricoy, que tem inclusive Sussumu Honda como um dos
sócios - ele é presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) - , seja assediado pela concorrência. Quanto a isso o presidente da Ricoy foi categórico: "Sempre tem alguém especulando. Se pagar o que eu pedir pode levar embora", explicou.

O executivo acompanha o mercado, e analisa índices inclusive como o do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), da Associação
Comercial de São Paulo (ACSP), que mede o movimento das vendas a prazo. Ontem, a entidade apontou que o segmento registrou alta de 10,6 % na primeira quinzena de setembro, na comparação com dados registrados em igual período de 2009.

De acordo com a Abras, em julho o segmento teve um aumento de vendas de 3,47% se comparado aos dados do mesmo mês do ano passado. " Continuamos a apresentar um forte aumento nas vendas em volume", disse Sussumu Honda.

História

A rede Ricoy foi fundada em 1994, por meio de uma joint venture (associação) entre as redes Riviera e Yokoi, que estavam no mercado desde a década de 1970. A partir de então foram criadas outras lojas da bandeira Ricoy, que nos anos seguintes passou a administrar as bandeiras Economax, A Mais, Pão de Mel e Peri. Das 80 lojas, 62 são Ricoy, duas são Riviera, quatro são A Mais, uma é Economax, e cinco são Pão de Mel.

Como a briga no varejo é forte, hoje a ideia é buscar atender melhor a classe em ascensão, e a Ricoy há um ano e meio fez um acordo com o banco Itaú para dar vantagens de até 40 dias para pagamento das compras sem juros, desconto em até 100 produtos e direito a quatro cartões adicionais gratuitos.

Gigantes

No varejo brasileiro, o vice-líder do setor, Carrefour, atrás apenas do Grupo Pão de Açúcar, admite seu foco na classe emergente, além de crescimento de forma orgânica, mas não descarta sair às compras de outras redes, e a Ricoy pode estar na mira. "Temos recursos disponíveis para fazer compras que estejam alinhadas aos nossos interesses", comentou o diretor executivo mundial do Carrefour, Lars Olofsson, recentemente.

No exterior, o Carrefour anunciou ontem que planeja investir cerca de 1,5 bilhão de euros na reformulação do modelo de hipermercado. O grupo francês luta para reverter anos de fraco desempenho na Europa Ocidental - dona de 60% das vendas globais da companhia, que está se desfazendo de algumas operações externas.

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