20 de Julho de 2010 - 11h:18

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Produção de álcool é retomada por usina

Galo Bravo diz que ‘não tem nada’ em caixa e quer voltar a moer para pagar salários atrasados

Por: Gazeta do Ribeirão

A usina Galo Bravo vai voltar a processar cana hoje, segundo o atual gestor da empresa, Alexandre Balbo. A unidade parou a moagem em abril por causa da falta de pagamento. De acordo com Balbo, cerca de 700 funcionários, entre ruralistas e empregados da indústria, aceitaram a proposta para voltar ao trabalho, com a promessa que os salários atrasados serão pagos conforme a usina se capitalize. Apesar do acordo, hoje, um grupo de 80 trabalhadores de Pontal que foram dispensados na sexta-feira protestaram na porta da usina por falta de pagamento.

“Agora é preciso ter paciência. Hoje (ontem) já entrou um pouco de cana na usina e vamos moer para começar a levantar dinheiro, pois não temos nada”, disse Alexandre Balbo. Segundo o gestor da usina, que passa o dia em reuniões para buscar uma solução para a empresa, após o levantamento de valores com a retomada da moagem, a família deve definir um futuro para a usina. Entre as opções estão a venda da unidade, o acordo com os credores para a formação de um grupo para gerir a usina ou a entrada na Justiça com um processo de Recuperação Judicial. “Vamos definir o que é melhor para a usina e para os trabalhadores, queremos pagar todos os salários atrasados. As reuniões estão avançando”, disse Balbo.

Os trabalhadores de Pontal que ainda não receberam os salários disseram que vão continuar a protestar. “Voltaremos à usina quantas vezes for necessário. Todos nós precisamos receber, estamos passando sérias dificuldades”, disse a trabalhadora Laureni Moreira dos Santos, 37 anos.

O Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Ribeirão e Região, que representa os funcionários, informou que espera a decisão do juiz da 2ª Vara do Trabalho de Ribeirão em relação às ações movidas na semana passada pelo Ministério Público do Trabalho, que deve sair ainda nesta semana.

A estimativa é que a dívida com atraso de salários deixada pelo empresário Ricardo Mansur, que ficou 11 meses no comando da usina, seja de R$ 2,5 milhões. Quando Mansur assumiu a unidade, a dívida com credores era de aproximadamente R$ 400 milhões.

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