Grupo Alicoop aguarda decisão dos credores
Por: Barlavento Online
Votação dos credores para o plano de viabilização termina hoje no Tribunal de Silves, mas o resultado poderá ser só conhecido nos próximos dias.
Termina hoje o prazo para o envio da votação dos credores da Alicoop ao Tribunal de Silves relativamente ao plano de viabilização deste grupo de empresas, mas o resultado poderá ser conhecido só nos próximos dias.
Segundo apurou o barlavento.online junto de fonte judicial, existem vários sistemas de votação, desde a entrega dos boletins de voto pessoalmente, o que deverá ocorrer durante as horas de expediente do tribunal até às 16 horas, ou através do correio em carta registada e com data do dia 7 de Julho, prazo indicado pelo juiz Rui Machado na Assembleia de Credores, realizada na passada quarta-feira no Pavilhão de Feiras e Exposições da Fissul, em Silves.
A votação pode, ainda, processar-se por fax ou e-mail até às 23h59 de hoje para o tribunal desta cidade.
Muitos dos credores poderão, entretanto, ter já comunicado ao juiz a respetiva decisão. Qualquer observação escrita no boletim de voto implica a sua anulação.
O maior receio, no Algarve, nomeadamente entre os funcionários e fornecedores da Alicoop, além de outros setores que têm acompanhado o processo, prende-se com a influência dos principais bancos credores, designadamente a Caixa Geral de Depósitos (CGD), o Milennium BCP, Banco Português de Investimentos (BPI), Banco Português de Negócios (BPN) e a Caixa de Crédito Agrícola, os quais poderão recusar o plano de viabilização e dessa forma obrigar este grupo à situação de insolvência.
A abstenção por parte de alguns bancos, como a CGD e o Millennum BCP, os principais credores, ajudaria a aprovar o documento, acrescentaram fontes contactadas pelo barlavento.online.
Por outro lado, e como foi divulgado recentemente, 1,5 milhões de euros - 500 mil em capital próprio e um milhão através de empréstimos - é o montante que um conjunto de, pelo menos, uma dezena de fornecedores da Alicoop, manifestou disponibilidade para financiar uma nova sociedade, a qual tem como objetivo viabilizar o grupo.
As alterações entretanto introduzidas ao plano e apresentadas na última assembleia de credores, incluem, nomeadamente, a redução na ordem dos 50 por cento do total da dívida, que ascende a quase 80 milhões de euros, o perdão de juros e a diminuição do prazo de pagamento de 17 para 12 anos.
“A viabilização do plano já não depende do recurso à banca para o financiar”, lembrou José Carlos Parreiro, membro da Comissão de Trabalhadores da Alicoop.
O Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas (IAPMEI) assumirá um papel fundamental nesse sentido, com apoio ao nível de tesouraria numa fase mais subsequente do processo.
“Todos os pressupostos que poderiam impedir a aprovação do plano de credores com garantias, neste momento estão resolvidos”, frisou José Carlos Parreiro.
O secretário de Estado da Economia Luís Medina manifestou, na passada semana, o apoio do Governo à aprovação do plano de recuperação da Alicoop, tendo mandatado a Segurança Social, um dos principais credores, para o votar favoravelmente.
Por outro lado, sabe o barlavento.online, o executivo de José Sócrates tem vindo a sensibilizar responsáveis das instituições bancárias credoras no sentido de viabilizarem o documento.
É que estão em risco mais de mil postos de trabalho, 380 dos quais ao nível da Alicoop e os restantes em micro e pequenas e médias empresas do Algarve, que exercem a sua atividade para aquele grupo nos mais variados setores, desde a panificação aos produtos hortícolas.
Se o plano for aprovado, cerca de 30 supermercados da Alisuper, no futuro com nova designação, deverão reabrir as suas portas nas próximas semanas, nomeadamente nas zonas de Quinta do Lago, Vale do Lobo, Vilamoura e Albufeira, entre outras áreas balneares, a fim de aproveitar a época alta do turismo.
