21 de Maio de 2010 - 12h:58

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Lojas Americanas visa expansão de 80 anos em 4

Por: AE Empresas e Setores

A rede varejista Lojas Americanas viveu dois cenários distintos no ano passado. Até maio, desacelerou os investimentos visando preservar caixa em razão da restrição de crédito, consequência da crise financeira internacional. Já, em novembro, anunciou o maior plano de expansão de sua história, que prevê dobrar o número de lojas até 2013. A recuperação do consumo interno no Brasil e sua forte atuação proporcionou à rede Lojas Americanas o primeiro lugar no prêmio Destaque Agência Estado Empresas 2010, que avaliou o desempenho de 202 companhias em 2009, em ranking elaborado em parceria com a Economática.

"Passamos de um expressivo crescimento de nossas inaugurações, antes da crise, para um conservadorismo nos investimentos, pela falta de visibilidade em relação ao que iria acontecer ao longo de 2009", afirma o diretor Financeiro e de Relações com Investidores da Lojas Americanas, Timotheo Barros, sobre o cenário dos primeiros meses do ano passado. "Olhando, agora, é fácil perceber que fomos mais duros do que poderíamos ter sido, mas foi a decisão mais correta, porque saímos mais fortalecidos. Isso tudo nos fez repensar nossa forma de operar, para buscar mais eficiência."

Com o cenário macroeconômico mais previsível, no final do ano passado a companhia comunicou ao mercado a intenção de abrir 400 novas lojas entre 2010 e 2013, dobrando o número de pontos-de-venda. "Vamos crescer em quatro anos o equivalente aos últimos 80 anos", diz Barros, destacando o programa de expansão batizado pela empresa de "Sempre Mais Brasil". O Plano prevê aporte no período de R$ 1 bilhão, financiado pela geração de caixa e por linhas de longo prazo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Segundo ele, a expectativa é de que a varejista, presente atualmente em 23 estados e no Distrito Federal, chegue até o final de 2011 a todas unidades da federação. "Foi a primeira vez que anunciamos um plano de expansão. Isso é uma forma de nossos colaboradores e fornecedores irem se preparando para acompanhar o crescimento nos próximos anos da Lojas Americanas", afirma. Levantamento encomendado pela companhia aponta que há mais de 200 municípios, além dos 153 em que a rede já está presente, com potencial socioeconômico para receber uma filial da Lojas Americanas.

O crescimento será orgânico. Na avaliação do executivo é pouco provável que parte do plano seja cumprida por meio de aquisições. "Uma fusão só terá sentido se gerar retorno aos acionistas", acrescenta. Por essa razão, Barros justifica a desistência em ir adiante no processo de compra do Ponto Frio, no primeiro semestre do ano passado. O programa de expansão prevê ainda a construção de um novo centro de distribuição, que irá se juntar aos três atuais, localizados em São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco.

Comércio Eletrônico

Sobre a subsidiária de comércio eletrônico, B2W, empresa resultante da fusão entre os sites Americanas.com e Submarino, o diretor da Lojas Americanas diz apostar no potencial da companhia em ganhar fatia de mercado dentro do varejo como um todo. "A B2W tem menos de 2% de representatividade quando se leva em consideração o comércio brasileiro. Ou seja, temos um grande mercado para ser conquistado", diz. Barros argumenta que o consumidor antes de ir às compras analisa todas as possibilidades, pesquisando na internet e nas lojas físicas.

Para se diferenciar dos concorrentes, tanto do mundo físico quanto virtual, a companhia vem apostando no crescimento do número de categorias de produtos, como obras de arte, vitaminas, pet shop e equipamentos de segurança. Outra inovação é a compra por meio de apenas um clique, para os clientes previamente cadastrados na B2W. Adicionalmente, até o final do ano, a empresa deverá promover a integração das plataformas tecnológica e logística dos sites Americanas, Submarino e Shoptime. "Isso vai gerar ganhos de capital de giro e permitir que a rede trabalhe com uma cobertura menor de estoques."

No processo de unificação das plataformas, além dos ganhos operacionais, Barros diz que o mais importante será proporcionar uma melhorar experiência de compra aos consumidores. "Queremos que os clientes encontrem uma maior disponibilidade de produtos, aumentando as visitações e as conversões (que é a efetivação da compra)", diz o executivo.

Da receita líquida consolidada da Lojas Americanas, que totalizou R$ 8,335 bilhões no ano passado, a B2W respondeu por R$ 3,793 bilhões. A receita líquida consolidada da varejista avançou 19,5% em 2009 sobre 2008, enquanto que o lucro líquido cresceu no período 69,8%, atingindo R$ 152 milhões.

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