22 de Abril de 2010 - 12h:35

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Fusão da Resioeste e Valorsul num único sistema multimunicipal

Por: Jornal das Caldas Online

O Governo aprovou em Conselho de Ministros a fusão das empresas Resioeste e Valorsul num único sistema de triagem, recolha, valorização e tratamento dos resíduos sólidos para as regiões de Lisboa e Oeste.

A nova empresa, que integra 19 municípios, visa “proporcionar a obtenção de sinergias, com reflexo positivo nas tarifas, bem como na sustentabilidade económica e financeira” na gestão dos resíduos.

A redução da tarifa a pagar pela deposição do lixo em aterro foi o argumento que levou os municípios a viabilizarem a fusão. Ao aterro sanitário do Oeste chegam anualmente cerca de 180 mil toneladas de lixo, mas o local estava apenas licenciado para receber um limite de 140 mil toneladas.

Com a fusão, os municípios deverão poupar cerca de cem milhões de euros até 2025 (prazo de concessão), uma vez que passam a pagar uma tarifa de 20,85 euros por cada tonelada de lixo depositada em aterro, contra os actuais 38,49 euros, segundo propôs a Empresa Geral de Fomento, o maior accionista.

No Oeste, o transporte dos resíduos excedentários para o aterro da Amarsul, em Palmela, aumentou os custos da Resioeste em 1,2 milhões de euros e, consequentemente, a tarifa cobrada aos municípios.

A fusão entre a Resioeste e a Valorsul tem vindo a ser contestada pelas associações ambientalistas Quercus, Movimento Pró-Informação para a Cidadania e Ambiente (criado pela população do Vilar, que reside junto ao aterro) e Associação de Defesa do Ambiente de Loures.

Os ambientalistas defendem que a incineradora da Valorsul não dispõe de capacidade para receber os resíduos dos concelhos do Oeste e contestam que a incineração seja o principal destino a dar aos resíduos, como forma de os desviar do aterro. Neste sentido, consideram que a alternativa deveria passar pela adopção de um sistema de tratamento mecânico e biológico, que permite uma maior separação de resíduos e um aumento das taxas de reciclagem.

A Empresa Geral de Fomento continua a ser a maior accionista, sendo o capital social também repartido pelos municípios da Amadora, Lisboa, Loures, Odivelas e Vila Franca de Xira e pela Associação AMO MAIS, representativa das câmaras da região Oeste (Alcobaça, Alenquer, Arruda dos Vinhos, Azambuja, Bombarral, Cadaval, Caldas da Rainha, Lourinhã, Nazaré, Óbidos, Peniche, Rio Maior, Sobral de Monte Agraço e Torres Vedras).

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