31 de Março de 2010 - 12h:30

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Tele Rio e Casa e Vídeo descartam venda ou fusão

Por: Fabiana Ribeiro e Juliana Ennes - O Globo

No momento em que a Insinuante e a Ricardo Eletro anunciam nova fusão no setor varejista do país as atenções do mercado se voltam para as redes que seguem operando sozinhas. Mas por enquanto, elas não indicam que haverá novas parcerias.

- A Tele-Rio não está à venda. Nunca esteve. E nunca estará - disse Carlos Alberto Pereira, diretor da Tele-Rio. Segundo ele, a rede, com cerca de 30 filiais, pretende abrir até o fim do ano outras 10 lojas, especialmente na Zona Norte e na Baixada Fluminense.

- Nossa expansão esbarra, muitas vezes, na falta de pontos comerciais e terrenos livres. É muito difícil encontrar um ponto de 500 metros quadrados no Rio. Mas somos uma empresa familiar, que não está à venda - afirmou Pereira, acrescentando que o faturamento de 2009 acresceu entre 8% e 10%.

Sobre a fusão da Ricardo Eletro com a Insinuante, Pereira se posicionou favorável. Para ele, o mercado do Rio ficou com menos concorrentes:

- Agora somos três nomes no Rio - disse ele, referindo-se a fusão, ao Grupo Pão de Açúcar e à própria Tele-Rio.

- É claro que eles (Ricardo Eletro e Pão de Açúcar) compram um maior volume na indústria. Mas nós pagamos antecipadamente o fabricante. E isso garante uma disputa por preço entre as redes. Mas todos estão no mesmo patamar. Não existem diferenças de 20%.

Casa&Vídeo planeja abrir 20 lojas

A Casa & Vídeo Rio de Janeiro também afirma que, no momento, não tem interesse em uma venda ou fusão. Na verdade, esta unidade, que tem 62 lojas, planeja expandir o negócio sozinha, com a abertura de 20 lojas nos próximos dois anos.

De acordo com a direção da Casa & Vídeo Rio de Janeiro, o faturamento atual da empresa já chega a 75% do que era registrado antes da crise deflagrada por uma operação da Polícia Federal. Gerando 3 mil empregos diretos e 30 mil indiretos, a companhia diz estar saudável financeiramente.

A Casa & Vídeo Rio de Janeiro, que foi criada em 1º de novembro, paga royalties pelo uso da marca à Casa & Vídeo Licenciamento, antiga Mobilitá, empresa que está em recuperação judicial, mas não está vinculada a ela. A unidade é subordinada à Casa & Vídeo Holding, controlada por um Fundo de Investimento em Participações (FIP), administrado pelo Bank of New York Mellon.

Metade das cotas deste FIP foi adquirida por antigos credores da rede varejista, que tiveram de aceitar um deságio de 50% do crédito. As dívidas da companhia eram estimadas em R$ 300 milhões.

Segundo a empresa, a administração do Fundo de Participação e Investimentos pelo BNY Mellon, garante a transparência na gestão, que segue as normas da Comissão de Valores Mobiliários, com contas auditadas e governança corporativa. O objetivo, segundo a companhia, é contrapor isso aos fatos que levaram à operação "Negócios da China", da Polícia Federal, deflagrada em 25 de novembro de 2008, com o objetivo de reprimir contrabando e sonegação de impostos e que prendeu 13 pessoas.

Na época, as contas bancárias da Casa &Vídeo (antiga Qualitá) foram bloqueadas pela Justiça e as vendas com cartão de crédito, suspensas.

Quando foi apresentado o pedido de recuperação judicial, a companhia ressaltou que o cenário de crise internacional acentuou os problemas financeiros da rede, que agora, com novos investidores, tenta voltar a crescer.

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