29 de Março de 2010 - 15h:37

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Empreendedorismo feminino ganha força na economia brasileira

As mulheres estão cada vez mais a frente dos negócios. E o empreendedorismo feminino ganha força na economia brasileira.

Por: PEGN

A administradora de empresas Amália Sina é um exemplo de talento da mulher empreendedora. Aos 36 anos, ela atingiu as metas traçadas na vida: tornou-se presidente de uma multinacional. O passo seguinte foi montar o próprio negócio: uma empresa de cosméticos.

A empresária investiu R$ 3 milhões, em 2006, para desenvolver produtos, embalagens e montar estoque.

Hoje, depois de quatro anos, a empresa vende cinco toneladas de cosméticos por mês.

“Para você ter uma idéia esse mercado cresce em média 12 por cento ao ano, há vinte e quatro anos”, conta Amália.

Toda a produção de cosméticos da empresária é terceirizada. Esta é uma das fábricas que cuidam da produção. Minuciosa, é a própria Amália Sina quem define cores, fragrâncias e embalagem de cada produto.

Ela produz 102 itens, entre shampoos, hidratantes, sabonetes e aromatizadores.

“São produtos caros, para classe a b, e as grandes empresas em geral vendem produtos mais populares, preços acessíveis. Então a estratégia é segmentar, cada um tem seu público e a gente convive”, conta Amália.

Os produtos são vendidos no Brasil e exportados para a Dinamarca, Inglaterra, Alemanha e Estados Unidos. Apesar do sucesso da marca, a empresária tem novas estratégias para o negócio.

“Então meu sonho é ter muita gente trabalhando comigo, pra mim, e que elas dependam de um trabalho bem feito. Acho que dali para frente esse vai ser o grande desafio: conseguir crescer o suficiente para encher uma fábrica inteira, só minha”, conta Amália.

A professora Maria Carolina Lavieri montou uma escola para mães que não têm tempo.

Para ela, a vida não era fácil no final dos anos 70. Ela estudava, trabalhava e cuidava dos filhos.

Maria Carolina percebeu na dificuldade a oportunidade de se tornar empreendedora.  E em 1980, montou uma escola com um novo conceito para a época que conciliasse uma boa educação, com os cuidados para que a mãe pudesse trabalhar sossegada, sem precisar depender de família, etc.

No início, a empresária trabalhava 12 horas por dia.

“Fiz curso de marketing, administração, fluxo de caixa, como se calcula custos, fiz curso de leis trabalhistas, enfim, todos os cursos para que você possa ter um negócio bem sedimentado nessa parte administrativa”, diz a empresária.

A empreendedora foi mestra em conquistar a mãe sem tempo. A escola atende em período integral.

“A ideia é concentrar o máximo de aulas e atividades aqui. A escola é dividida em vários espaços, cada qual com uma função para entreter as crianças o dia inteiro. tem a sala de contar história, o túnel, a brinquedoteca”, diz ela.

Com câmeras espalhadas por toda a escola, as crianças podem ser vistas, ao vivo, pela internet, de qualquer lugar. a empresária aprendeu a importância de tranquilizar as mães.

“Eu consigo espiar, mata a saudade e eu consigo gerar assunto pro fim do dia, então, eu chego em casa no fim do dia e falo; Priscila como é que foi a brincadeira hoje no pátio ? eu vi vocês brincando, fazendo ginástica, fazendo ballet”, conta Celeste.

No início, a empresária Carolina era uma centralizadora. Cuidava de tudo na escola. Da limpeza ao financeiro. Só que depois ela viu nisso um entrave para os negócios. e como boa empreendedora, aprendeu uma grande lição.

-Qual foi essa lição?
-Eu aprendi que você tem nos seus funcionários aliados. E que eles podem executar o dia a dia das tarefas de uma empresa. o empresário tem que fazer a empresa crescer e não ficar no dia a dia. E prá isso, ele precisa saber delegar.

Hoje a escola já tem quatro unidades e 350 alunos. E a empresária dividiu para crescer. Ela convidou funcionárias para serem sócias.

 “Sou proprietária de 12 cotas na unidade Aclimação e continuo dando aulas de ballet nas 4 unidades que tem agora”, revela a empresária Roseli Pavan.

A empresária Carolina quer crescer a com a mesma receita que deu certo até hoje. A ideia é abrir mais dez unidades nos próximos cinco anos.

“Se o dono não souber a hora de começar a delegar, permitir que outras pessoas participem, o negócio dele não cresce. É igualzinho a uma criança”, diz ela.

Para a consultora Regina Madolozzo, as mulheres sabem ouvir e isso aumenta as chances de sucesso.

“Eu acho que essa empreendedora em especial teve uma visão de futuro muito grande. Ela conseguiu perceber uma necessidade que na época era uma necessidade dela de ter período integral para educação dos filhos. Mas para outras mulheres isso não era necessário. Então essa preocupação com a necessidade do outro faz com que a mulher se volte muito para trabalhar na área de serviços”, conta a economista.

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