14 de Dezembro de 2009 - 11h:26

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Serviços e Nordeste são bola da vez na consolidação das empresas que buscam a nova classe C

Por: Agência Estado

A região Nordeste e as companhias que atuam em comércio de eletroeletrônicos, cartões de pagamento, cosméticos e logística são a “bola da vez” da consolidação popular, segundo os especialistas.

“O segmento de comércio é muito pulverizado”, diz Antonio Carlos Borges, diretor-executivo da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio). Segundo ele, as empresas da região Sudeste  estão ficando maiores, sobretudo em São Paulo e no Rio de Janeiro. Já o Nordeste ainda possui uma grande variedade de pequenas que despertam interesse. Além disso, o comércio varejista na região deve crescer 10% esse ano, segundo a Federação, ante 6% no estado de São Paulo.

A varejista de eletroeletrônicos Insinuante é citada por vários especialistas como exemplo de negócio-alvo no Nordeste. Trata-se de uma rede de varejo de móveis e eletrodomésticos fundada em 1959, em Vitória da Conquista (BA), que atuava inicialmente no segmento de calçados.

Após se consolidar na Bahia com 32 lojas, partiu para conquistar novos mercados. Atualmente conta com 220 lojas, distribuídas em 11 estados: Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe e Rio de Janeiro.

Cartadas próprias

Mas o fato de ser interessante para empresas ainda maiores não significa que a companhia não possa dar suas próprias cartadas. Andrés Kikuchi, chefe de análise da Link Investimentos, lembra que a Insinuante se colocou como potencial compradora na negociação do Ponto Frio, mas não levou. “Há grandes empresas regionais que também podem ser foco, como Ricardo Eletro e Casa&Video”, diz.

A Ricardo Eletro nasceu em 1989. Hoje, a rede tem 260 lojas nos estados de Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Sergipe, Alagoas, Goiás e Distrito Federal. As unidades são divididas em três modelos diferenciados: lojas de rua, lojas de shopping e megastore.

Já a Casa&Video foi alvo de operação da Receita e da Polícia Federal no fim de 2008 por suspeita de fraude, sonegação e contrabando. A rede foi acusada de montar um esquema de desvio de impostos e divisas pela importação de produtos que pode ter movimentado R$ 100 milhões em dois anos. A investigação resultou no bloqueio de contas e em demissões de funcionários, além do fechamento de lojas. À época, a dívida da rede ultrapassava R$ 300 milhões, com mais de 500 credores. No começo de 2009, a empresa entrou em recuperação judicial.

Cartão de crédito

Para Kelly Trentin, chefe de análise da SLW Corretora, empresas de cartões para baixa renda, como Sorocred, também são negócios interessantes. O grupo foi fundado em 1990 em Sorocaba (SP) e oferece cartão de crédito para lojistas. “Na linha de cosméticos também ainda há muitas empresas pequenas que exploram o mercado”, afirma. “A própria Hypermarcas comprou linhas de cosméticos, como a Monange.”

Reginaldo Alexandre, presidente da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais em São Paulo (Apimec-SP), diz que as próximas aquisições podem estar no Nordeste e nas áreas de cosméticos e setores ligados a infraestrutura. “O crescimento do consumo tem repercussão dentro da cadeia de logística, por exemplo”, diz. Nessa linha, companhias de transportes podem comprar outras para integrar seus sistemas de distribuição de produtos.

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