30 de Novembro de 2009 - 11h:22

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Empresas iniciam trajetória de recuperação

Em outubro, número de pedidos de recuperação judicial atingiu o menor patamar do ano, segundo a Serasa

Por: Elisa Campos

O impacto da crise sobre as empresas começa a arrefecer. Em outubro, o número de pedidos de recuperação judicial atingiu o menor patamar do ano, caindo 32,1%, segundo levantamento da Serasa Experian. Foram registrados 36 requerimentos, contra os 53 de setembro deste ano. Dos pedidos, 15 foram feitos por micro e pequenas empresas, 13 pelas médias e 8 pelas grandes.

“Historicamente, há uma queda da inadimplência no último trimestre do ano, já que há uma melhora no fluxo de caixa das companhias em virtude do aumento das encomendas de fim de ano”, afirma Lazar Halfon, sócio-presidente da HSA soluções, empresa especializada em reestruturação de passivos e recuperação judicial.

Além dos motivos sazonais, a queda dos requerimentos também ocorre em função da melhoria da situação econômica. De acordo com a Serasa, ela “pode ser um sinal importante de normalização do fluxo de caixa deste segmento, no bojo do atual processo de recuperação da atividade econômica”.

“Hoje, há um volume grande de recursos no mercado, o que aumenta a disposição dos bancos de financiar. O fato de 2010 ser um ano eleitoral, no qual se aposta no aquecimento da economia, também faz com que as companhias adiem os pedidos de recuperação judicial, na esperança de conseguir reverter a situação”, diz Halfon.

No acumulado do ano, no entanto, os pedidos de recuperação judicial estão com alta de 164%. Foram 599 requerimentos de janeiro a outubro, contra os 227 do mesmo período do ano anterior. As maiores prejudicadas foram as companhias exportadoras e da agroindústria, que sofreram com a redução da demanda internacional e a valorização do real. Por outro lado, aquelas voltadas ao mercado interno, como a de construção civil, foram mais preservadas.

Para 2010, a expectativa é que o número de pedidos de recuperação judicial continue em queda. “Teremos uma oferta de crédito maior, com prazos mais longos e juros menores, além de uma economia em crescimento”, fala Halfon.

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