08 de Setembro de 2009 - 10h:22

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Ensinamentos da crise mundial e consolidação em debate em dois encontros europeus

Por: SEGS

O CENÁRIO internacional da indústria de seguros em 2010 começa a ser desenhado com a realização de dois dos principais encontros anuais. O primeiro deles é 53º Lês Rendez –Vouz Montecarlo 2009, que começa oficialmente dia 7 e termiana dia 10 de setembro.

Mas, na verdade, as discussões começam hoje, com boa parte dos participantes chegando ao adorável principado de Mônaco para aproveitar uma das mais famosas cidade da costa francesa.

Estão inscritos mais de 2,5 mil participantes de 80 países, entre resseguradores,seguradores e corretores, para discutir, prioritariamente, os ensinamentos da crise mundial que levou boa parte do capital de algumas companhias da indústria de seguros, o que abriu uma onda de consolidação em todo o mundo.

Em 2008, o evento em Montecarlo sinalizou o fim do ciclo de queda das taxas de seguros e de resseguros (soft market), que foi substituído por uma forte elevação de preços (hard market), falta de capacidade de cobertura e exigências rigorosas para a subscrição de riscos. Porém, a situação neste ano é mais animadora do que a de 2008, quando as catástrofes naturais causaram perdas econômicas de US$ 200 bilhões, sendo US$ 40 bilhões provocadas pelos furacões Gustav e Ike. Além disso, a indústria já contabilizava perdas superiores a 10% de seu capital com a volatilidade dos mercados acionários.

Neste ano, a crise de liquidez parece quase totalmente superada, porém ainda tem um custo elevado para quem precisa captar recursos no mercado de capitais. As catástrofes permanecem num nível inferior ao do ano passado, com exceção do mercado aeronáutico, com registrou no primeiro semestre deste ano vários acidentes, inclusive a queda do AIR France na costa brasileira em junho, com a morte de 228 pessoas.

Outros dois seguros enfrentam problemas e devem ainda apresentar taxas elevadas. Um deles é o seguro de responsabilidade civil de executivos, conhecido como D&O, em razão do alto índice de processos movidos por acionistas contra administradores de instituições financeiras, e também o de transporte de mercadorias em navios que transitam nos mares da África, região alvo dos piratas.

Diante deste cenário, a tendência é de que as taxas e condições de resseguros de riscos patrimoniais voltem a patamares normais nas renovações de janeiro, mês do ano com maior concentração de negócios da indústria, seguido pelo mês de abril. A aposta é de uma parada no aumento de preços, o que não significa redução. Alguns resseguradores alegam que alguns segmentos podem apresentar alta nas taxas, que ainda não voltaram aos patamares de 2006, seguido por dois anos seguidos de quedas bruscas causadas pela concorrência desenfreada.

As tendências verificadas no encontro de Montecarlo são a base de outro importante evento da indústria de resseguro, o 25º Baden Baden, nome da cidade no sul da Alemanha, conhecida como refúgio dos milionários alemães, onde o evento será realizado entre 25 e 29 de outubro. No encontro do ano passado, o presidente da Munich Re, Nikolaus BomHard, preconizou aumento de dois dígitos nas taxas de resseguros para recompor o capital das empresas afetado pelas perdas financeiras acarretadas pela crise mundial. Seus concorrentes foram mais conservadores.

O que se viu, no entanto, foi um aumento médio de 15%. Outro assunto destacado no ano passado era a necessidade urgente de mudanças nas agências de rating em razão dos problemas da AIG, que levou US$ 180 bilhões do governo dos EUA para evitar um efeito dominó de falências. Neste ano, uma nova regulamentação para a indústria, principalmente no que diz respeito a derivativos, e as consequências das mudanças climáticas são outros temas de destaque dos dois eventos.[3]

A programação completa dos eventos pode ser acessada nos sites http://www.rvs-monte-carlo.com e www.badendirectory.com


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