20 de Agosto de 2009 - 09h:43

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Estariam as ações chinesas entrando na zona do "bear market"?

Por: Monitor Mercantil

As preocupações com a política de endividamento do governo chinês para promover a recuperação econômica começaram a penalizar o mercado de ações do país. As últimas desvalorizações registradas pelas principais ações provocaram perdas superiores a 20% no Shangai Composite e levaram alguns analistas a considerarem que o mercado de ações da China entrou numa tendência de bear market. Com a perda, o índice de referência da região caiu para 2.774,77 pontos, provocando uma desvalorização de 20,2% em relação ao nível máximo alcançado em 14 meses. O Shangai, no entanto, permanece 59% abaixo do recorde, registado no dia 16 de outubro de 2007. O plano de estímulo de 4 bilhões de yuans do primeiro-ministro Wen Jiabao, além do nível recorde de empréstimos, ajudou o índice a mais do que duplicar de valor, desde 4 de novembro do ano passado.

A alta das ações foi interrompida por alguns fatores: a) o volume de empréstimos começou a diminuir e, em julho, chegou ao corresponde a um quarto do nível registrado de junho; b) depois de uma suspensão por nove meses, o regulador chinês voltou a permitir as ofertas públicas de venda de ações e c) muitas das empresas cujas ações entram na composição do índice de referência registraram prejuízos. Agora, os analistas acham que a baixa vai continuar e o Shangai Composite ainda pode registrar perdas de 10%, pois apesar das quedas recentes o índice chinês representa 30,4 vezes os resultados das cotadas que o compõem.

UBS prevê grandes negócios na área de energia

Nesta quarta-feira, o departamento econômico do UBS divulgou uma série de relatórios, sendo que num deles, assinado por Stephen Trauber, responsável na instituição pela área de energia, existe a afirmação de que as aquisições de empresas nesse setor deverão aumentar no final deste ano e no início do próximo, pois os preços de alguns ativos promoverão a aproximação entre vendedores e compradores. E, segundo o economista, os negócios começarão a crescer com a venda de ativos por parte de produtores de gás, que estão sofrendo pressões devido à queda na receita, pois as grandes companhias petrolíferas têm a expectativa de que os preços do gás, em particular, que é aquilo em que muitas empresas norte-americanas se sustentam, continuem a descer. E essas companhias aproveitarão essa oportunidade para adquirirem ativos num pressuposto de valor de longo prazo razoavelmente atrativo.

Atualmente existe mais liquidez do que há um ano, o que leva Stephen a supor que isso poderá proporcionar a quem fizer as aquisições alguma confiança adicional de que conseguirão refinanciar as dívidas das empresas compradas com maior facilidade. E as transações poderão ir dos US$ 50 milhões aos bilhões de dólares, mas também poderão ser registrados negócios de bilhões de dólares envolvendo a compra de empresas inteiras.

Explica que os acionistas gostam

Em agosto deste ano, a Varig informou à Bovespa que, no dia em 16 de janeiro, a Sata Serviços Auxiliares de Transporte Aéreo entrou com o pedido de recuperação judicial, tendo o mesmo sido deferido em 3 de fevereiro de 2009. Agora, depois de toda demora para fazer a comunicação, a empresa informa que o plano de recuperação judicial da subsidiária foi proposto dentro do prazo legal, mas que foi impugnado. Para esclarecer essa situação, tem de ser marcada uma acareação com Adenias Gonçalves Filho, diretor de Relações com Investidores da Varig Participações em Serviços Complementares, pois os 2.654 acionistas da empresa querem saber qual a verdadeira situação da Sata.

Endividamento da CSN foi para R$ 12,96 bi

Através da emissão de uma cédula de crédito bancário no valor de R$ 2 bilhões, a Companhia Siderúrgica Nacional fez um empréstimo na Caixa Econômica Federal, cujo prazo de amortização é de 36 meses. E o endividamento financeiro da siderúrgica, que havia sido reduzido de R$ 11,99 bilhões para R$ 10,96 bilhões no final do primeiro semestre, voltou a crescer e está em R$ 12,96 bilhões. Como o último Ebtida se situa em R$ 1,085 bilhão, verifica-se que esse endividamento é 11,95 maior que a geração de caixa.

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