31 de Julho de 2009 - 12h:56

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Pecuarista quer ampliar cota

Por: Folha Progresso

Entidades que representam o setor da pecuária de Mato Grosso propõem o aumento do valor que será priorizado pelo Frigorífico Independência no pagamento aos credores do Estado, através do Plano de Recuperação Judicial da empresa. O assunto foi discutido ontem (28), em uma reunião com pecuaristas e representantes da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) e da Confederação Nacional de Agricultura (CNA).

Segundo o assessor técnico da CNA, Paulo Sérgio Mustefa, é possível que a empresa pague primeiro as dívidas com os produtores que têm créditos a receber no valor de até R$ 150 mil, ao invés do que foi proposto no Plano, cujo valor estabelecido era de R$ 80 mil. “Isso aumentaria para 80% a proporção de pecuaristas com as dívidas pagas pelo frigorífico”, explica Mustefa.

O presidente da Famato, Rui Prado, argumenta que a elevação do valor mínimo, somado ao acréscimo de juros nas parcelas pagas aos produtores que têm créditos a receber acima de R$ 150 mil, é possível de ser adequada ao plano de recuperação judicial do grupo Independência. “Isso porque as análises e estudos técnicos, com base no capital ativo da empresa, apontaram essa alternativa”, ressalva Prado. Ele diz que na semana que vem três representantes pecuaristas irão a Brasília para repudiar o plano. Isso porque, termina no próximo dia 15 o prazo para os credores do Independência fazerem objeções ao plano.

O assessor jurídico da CNA, Cristiano Barreto, afirmou, durante a reunião, que o documento trás inúmeras interpretações que trazem risco ao produtor. “Não há garantias reais de pagamento aos credores. Somente condições e exigências aos produtores, além de inúmeras isenções de responsabilidades dos representantes do frigorífico”, informa Barreto. Para o presidente da Comissão de Pecuária de Corte da CNA, Antenor Nogueira, do jeito que está proposto é impossível os pecuaristas aceitem o plano de recuperação judicial da empresa.

“Assim como em Mato Grosso, os demais estados envolvidos não estão satisfeito com a proposta”. A dívida total da empresa passa de R$ 3 bilhões, sendo que apenas 5,6% são com pecuaristas. Só em Mato Grosso, a dívida com aproximadamente 450 pecuaristas é de R$ 38 milhões.

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