Ford perde 638 milhões no segundo trimestre
Por: Pedro Duarte
A Ford Motor anunciou hoje um prejuízo de 638 milhões de dólares (448 milhões de euros) entre Abril e Junho, muito menos do que o esperado pelo mercado, graças ao seu programa de redução de custos.
Excluindo itens que a Ford considera como sendo extraordinários, o prejuízo registado pela empresa é menos de metade do que o temido pelos especialistas.
Considerando os ganhos contabilísticos relacionados com a redução da sua dívida, a empresa registou um lucro de 2,26 mil milhões de dólares (1,58 mil milhões de euros) no segundo trimestre do ano, revelou a empresa em comunicado, citado pela Bloomberg.
Já as receitas da empresa recuaram de 38,2 para 27,2 mil milhões de dólares (de 26,8 para 19,1 mil milhões de euros). Até Junho, as vendas da Ford recuaram 33% em termos homólogos, menos do que o recuo de 40% da General Motors e de 46% da Chrysler.
A Ford, que foi a única das grandes fabricantes automóveis dos EUA a não aceitar um pacote de resgate do governo norte-americano, anunciou ainda ter reduzido o consumo de dinheiro para mil milhões de dólares (703 milhões de euros), contra os 3,7 mil milhões de dólares (2,6 mil milhões de euros) usados nos três primeiros meses do ano.
Os especialistas notam que a melhoria das contas da Ford se ficou a dever ao programa de redução de custos do CEO da empresa, Alan Mulally, bem como ao facto da empresa ter aumentado a sua quota de mercado doméstico para os 16,1%, após a falência das suas duas rivais norte-americanas.
“Mulally conseguiu em grande parte todos os benefícios que a Chrysler e a General Motors receberam com as suas falências sem ter que declarar falência”, disse John Wolkonowicz, analista da IHS Global Insight.
“Apesar do ambiente económico realmente difícil, o plano está a funcionar. Os nossos resultados estão a aparecer em dinheiro”, disse aos jornalistas o administrador financeiro da Ford, Lewis Booth, citado pela Bloomberg.
