22 de Julho de 2009 - 12h:01

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Rede de lojas Casa e Vídeo apresenta plano de recuperação

Empresa foi alvo de operação da PF no ano passado.

Por: G1 - Valor Online

A rede de lojas Casa&Vídeo, uma das maiores do setor de eletrodomésticos no Rio de Janeiro, e que atua também no Espírito Santo e Minas Gerais, entregou à Justiça do Rio seu plano de recuperação. 

A empresa propõe a criação de um fundo de participação dos credores para injetar R$ 20 milhões no grupo, além de dar a opção a quem detém dívidas da empresa de participar da gestão, desde que aceite um desconto de 50% no valor de seu crédito.

A Casa&Vídeo foi alvo da operação Negócio da China, da Polícia Federal, Receita Federal e Ministério Público Federal, em novembro de 2008. Treze pessoas foram presas e 80 carretas de produtos da empresa foram apreendidas. Na ocasião, a empresa afirmou que exercia suas atividades “dentro de princípios legais e éticos”. 

Um dia depois da operação, a Justiça determinou o bloqueio de todas as mercadorias da rede varejista Casa e Vídeo que chegassem aos portos do Brasil.

Em fevereiro, a juíza Maria da Penha Nobre Mauro Victorino, da 5ª Vara Empresarial da Capital, aceitou o pedido de recuperação judicial da rede. Em abril, a empresa anunciou que demitira 600 pessoas como parte de sua reestruturação.

Plano

O grupo, que possui uma dívida de aproximadamente R$ 300 milhões e patrimônio declarado de R$ 650 milhões, opera lojas no Rio, Minas Gerais e Espírito Santo. A rede sofreu sequestro cautelar de suas contas correntes e recebíveis em novembro, com a operação da PF. 

Para entrar em vigor, o plano proposto precisa receber aval da Justiça e de pelo menos dois terços do credores. 

De acordo com a proposta, o grupo será gerido por um fundo batizado de FIP Controle, que será proprietário da Casa e Vídeo Holding. Participarão dele os credores que optarem por converter seus créditos em cotas, com desconto de 50%, e investidores que aportarem recursos para reforçar o caixa da empresa.

São credores da Casa e Vídeo administradoras de shoppings, como a BR Malls, administradoras de cartão de crédito, como a Visa, e fornecedores de eletrônicos, como a Sony. 

Empresas que mantiveram o fornecimento de bens e serviços a prazo ou concederam crédito sem garantia durante a recuperação judicial poderão participar do programa de pagamento antecipado, uma espécie de milhagem. Por uma fórmula que transforma reais em pontos, é calculado o prazo de antecipação dos pagamentos. 

A empresa propõe ainda pagar os funcionários em seis parcelas mensais corrigidas pelo IPCA. Ações que ainda serão julgadas serão pagas em 12 parcelas também corrigidas pelo IPCA

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