04 de Março de 2009 - 13h:24

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GM pede ajuda para manter divisão europeia

Por: Valor Econômico - John Reed, Financial Times

A divisão europeia da GM poderá ficar sem dinheiro já no próximo mês, ameaçando fechar pelo menos três fábricas e colocando em risco os empregos de até 300 mil pessoas no continente, alertou a montadora. Fritz Henderson, diretor de operações da montadora de Detroit em graves dificuldades, disse que a GM poderá enfrentar um aperto de crédito "no começo do segundo trimestre" se os recursos emergenciais dos governos europeus não se concretizarem. 

"Tentaremos permanecer vivos, mas não há nenhuma garantia de que isso aconteça", disse Henderson na feira de carros de Genebra. 

Ao estabelecer uma conexão direta entre seu pedido de ajuda dos governos europeus e possíveis fechamentos de fábricas, a GM estimou sua capacidade ociosa em 30%, dando a entender que três das suas dez fábricas europeias não seriam mais necessárias. 

A GM já pediu à Alemanha o equivalente a 3,3 bilhões de euros (US$ 4,1 bilhões) em socorro federal e estatal em troca de ações na sua divisão europeia, que pretende desmembrar para transformar numa entidade semi-independente. A companhia também requereu ajuda ao Reino Unido e Espanha, e pretende contatar outros governos. 

Carl-Peter Forster, presidente da GM Europa, pediu para "dividir o fardo" entre os países europeus nos quais estão estabelecidas as fábricas de carros, que também incluem Bélgica, Polônia e Suécia. "O governo britânico não pode esperar que o governo alemão suporte todo este ônus", disse Forster. 

A GM emprega mais de 55 mil pessoas diretamente na Europa e estima que os postos de trabalho de 200 mil pessoas a 300 mil pessoas dependem dela, incluindo fornecedores e concessionárias. 

O apelo da GM foi recebido com ceticismo pelo governo alemão, que quer garantias de que a GM possa se viabilizar. Na Espanha, o governo do Estado de Aragon prometeu ajuda de 200 milhões de euros. 

A GM planeja promover mais demissões voluntárias, reduções salariais e uso de trabalho em meio expediente. Forster descreveu as duas unidades da GM no Reino Unido como "muito enxutas e produtivas", insinuando que não estariam em perigo. 

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