28 de Dezembro de 2008 - 16h:00

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Venda de usados recua no país após a redução do IPI

Por: A Gazeta - Pedro Peduzzi

A redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) dos carros novos, promovida pelo governo federal, com o objetivo de amenizar os efeitos da crise financeira internacional no setor automotivo, resultou em uma desvalorização dos carros usados. Em Brasília, o setor já demitiu 10% dos funcionários. "Notamos uma diminuição no número de negócios realizados. Isso causou um impacto negativo, que influenciou na desvalorização dos nossos estoques. Compramos carros com preços superiores aos atuais e, com a baixa, tivemos de vender algumas unidades por valores inferiores aos pagos. A conseqüência foi a demissão de 10% dos funcionários que atuavam nas revendedoras em Brasília", disse o vice-presidente da Associação dos Revendedores de Veículos do Distrito Federal (Agenciauto), Maurício Mustefaga.

Entre setembro e novembro, foi detectada uma queda de 25% no número de negócios realizados com carros usados. "Mas em dezembro a situação melhorou e conseguimos recuperar parte do que havíamos perdido. Atualmente estamos com uma queda de apenas 15%, acumulada desde setembro", disse o vice-presidente da Agenciauto. "A diminuição dos preços resultou em um aumento do número de negócios", completou.

Impedimento - Maurício Mustefaga apontou a dificuldade de aprovação de crédito, como o maior problema para o setor de revenda de veículos usados. "Se fosse para comprar à vista, até valeria à pena comprar um usado", disse o servidor público Wesley Peixoto, pouco antes de desistir da compra de um semi-novo na Cidade do Automóvel uma área de Brasília especializada em comércio automotivo usado.

"Levei em consideração a queda no preço do zero em decorrência da redução do IPI", justificou. Até o início da próxima semana, Wesley espera fechar a compra de um carro zero. "Baixamos o preço de quase 90% do nosso estoque. Os descontos estão entre 10% e 15%", informou Rodrigo Cintra, o gerente da loja em que Wesley se encontrava.

Realismo - Para José Graciano, empresário atuante no mercado automotivo há mais de 25 anos, a crise tornará mais realista o valor dos usados. "Os preços estavam supervalorizados e a crise apenas comprovou isso", disse.
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