10 de Dezembro de 2008 - 15h:06

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Emprego é o que vai definir 2009

Por: Valor Econômico - Claudia Facchini

Emprego será a palavra-chave em 2009. É esse indicador que vai dimensionar o tamanho da onda que irá atingir a economia brasileira, se será uma marola ou um maremoto. Entre os altos executivos e empresários brasileiros, começa a se desenhar um movimento de conscientização para a manutenção dos postos de trabalho, pelo menos no início de 2009, até que haja uma maior clareza sobre os impactos da crise mundial.   

Preservar o número de empregos, sem abalar a produtividade, será um grande desafio para os executivos e empresários no primeiro quadrimestre do ano que vem, diz José Drummond Júnior, presidente da Whirlpool na América Latina. O grupo americano, dono das marcas Brastemp e Consul, é a maior indústria de linha branca (geladeiras, fogões e máquinas de lavar roupa) do Brasil e do mundo. 

"Se conseguirmos manter as taxas de emprego nos primeiros quatro, seis meses de 2009, o país irá se sair melhor e irá reagir mais rápido (à crise mundial). O Brasil está, estruturalmente, em uma situação melhor do que estava nas crises anteriores e também está melhor do que outros países", diz o executivo. Drummond prefere evitar a palavra crise. Por enquanto, o que paira sobre a economia brasileira é uma grande incerteza. Falar em crise, neste momento, seria consumar algo que não aconteceu, argumenta. "Sobre o que irá acontecer no primeiro trimestre de 2009, só será possível responder no primeiro trimestre. " 

Nos últimos dois meses, Drummond procurou conversar com presidentes de empresas de diversos setores para trocar opiniões. Nos últimos 60 dias, o presidente da Whirlpool diz ter realizado mais encontros do que ao longo dos dois últimos anos. E o que ouviu foi uma forte disposição em manter os empregos, apesar das preocupações. 

É de se esperar, segundo ele, que haja uma desaceleração do consumo em 2009, mas a estabilidade está longe de ser uma tragédia, afirma Drummond. Não será uma taxa zero de crescimento que fará a Whirlpool perder dinheiro. O ano de 2008 tem sido excelente para a empresa. A Whirlpool S.A., subsidiária do grupo no país, registrou um lucro líquido de R$ 467 milhões entre janeiro a setembro, 40% maior que o obtido em igual período de 2007. As vendas líquidas aumentaram 8%, totalizando R$ 3,6 bilhões. Segundo Drummond, os preços ao consumidor foram reajustados em cerca de 10% ao longo dos últimos meses para compensar a alta nos custos de matérias-primas, como o aço. 

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