05 de Dezembro de 2008 - 15h:54

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Semana da conciliação movimenta empresas

Por: Valor Econômico - Luiza de Carvalho

A Semana Nacional da Conciliação, que acontece desde segunda-feira em todos os órgãos do Poder Judiciário do país, têm movimentado diversas concessionárias de serviços públicos e bancos na tentativa de reduzir o número de ações judiciais em andamento por meio de acordos. Mas outros setores da economia que não os tradicionalmente mais adeptos da conciliação também aderiram às tentativas. 

As empresas de hotelaria e gastronomia são um exemplo de setor que está se empenhando nas mesas de negociação situadas no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 2ª Região, na capital paulista. Os funcionários do setor estão representados pelo Sindicato dos Trabalhadores em Hotéis, Apart Hotéis, Motéis, Flats, Restaurantes, Bares, Lanchonetes e Similares de São Paulo e Região (Sinthoresp), que cuida de 18,5 mil processos trabalhistas e está participando de 488 audiências na semana da conciliação, que termina hoje em todo o país. 

Ainda não se tem o número total de acordos feitos entre o sindicato e as empresas durante a semana - até agora, cerca de dez deles foram fechados referentes a processos que estavam na fase de execução judicial. De acordo com Antônio Carlos Lacerda, gerente jurídico do Sinthoresp, o índice de acordos feitos no âmbito do sindicato durante todo o ano tem sido elevado. Segundo ele, em 2008, em média 200 processos da Justiça do trabalho foram solucionados por meio de acordos com a participação do sindicato, o que representa cerca de R$ 300 mil em verbas trabalhistas pagas por empresas. "Arriscando baixo, na semana da conciliação daremos fim a 100 ações judiciais", diz. 

Algumas empresas do setor hoteleiro mostraram-se dispostas a negociar nas mesas de conciliação do TRT paulista. O Nacional Club, um clube em funcionamento na capital paulista desde 1958, teve suas propostas de acordo aceitas por ex-funcionários em dois processos que estavam em fase de execução. As ações são resultado de uma modificação feita em 2003 no clube, em que vários serviços, como o restaurante e a limpeza, foram terceirizados, causando a demissão em massa de trabalhadores e levando 25 deles à Justiça com auxílio do Sinthoresp. Segundo Adauto Rocchetto, presidente do Nacional Club, todas as verbas pleiteadas na Justiça foram pagas, à exceção de seis processos, que estão sendo discutidos na semana da conciliação. Na terça-feira, duas das ações, que envolviam o pagamento de R$ 15 mil e R$ 1,5 mil a trabalhadores, chegaram ao fim. "Já tínhamos feito tentativas de negociar com o sindicato antes, mas ele se mostrou irredutível", diz Rocchetto.   

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