14 de Novembro de 2008 - 14h:46

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Emergentes devem agir com cautela

Por: Valor Econômico

Enquanto os países desenvolvidos são estimulados a afrouxar a política monetária e abrir os cofres para estimular a economia e enfrentar a recessão, os países em desenvolvimento são vistos com cautela pelas instituições multilaterais. Os riscos inflacionários ainda são fortes em economias emergentes, como as dos países árabes do Golfo, que aproveitaram a alta do petróleo para elevar salários e aumentar gastos públicos. 

As estimativas dos técnicos do Fundo apontam para forte queda nos preços dos metais em 2009, menor efeito da queda na demanda global sobre os preços de mercadorias agrícolas e possível contração na oferta de petróleo, contribuindo para segurar a queda de preços dessa commodity. Os efeitos inflacionários dos recentes aumentos de preços ainda devem se manifestar neste ano, para cair fortemente a partir de 2009. 

Em algumas economias emergentes exportadoras de bens primários, a queda nos preços das commodities pode ter efeitos inflacionários, por provocar valorização do dólar em conseqüência na queda com as receitas de exportação. Os economistas do Fundo acreditam, porém, que as economias emergentes na Ásia, Europa e América Latina registrarão altas mais brandas da inflação, e até quedas, principalmente nos países com políticas ajustadas de controle da demanda. 

Para os economistas do Fundo, os preços das commodities, que foram vilões inflacionários até a emergência da crise financeira, devem cair rapidamente em curto prazo, e mais gradualmente nas economias em desenvolvimento. Mas, segundo adverte o Fundo, a expectativa de recuperação do crescimento em médio prazo, sem correspondente resposta da oferta deve ressuscitar pressões inflacionárias em médio prazo. 

O Banco Mundial compartilha das preocupações em relação á persistência de inflação, apesar da queda nos preços das commodities. Em muitos países, há ainda pressões trabalhistas para recuperação das perdas salariais registradas desde o ano passado, e a demanda ainda em alta estimula empresas a tentar recuperar a lucratividade, o que pode sustentar a alta nos índices de preços. Essa situação combinada ao desemprego e à desaceleração do crescimento cria o risco de deflação em alguns países, que deve ser considerada pelos governos do G-20, na avaliação dos técnicos. (SL) 

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