24 de Outubro de 2008 - 14h:38

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Centro desenvolve produto específico para cada setor

Por: Valor Econômico - De Clermont-Ferrand (França)

A Michelin deverá colocar no mercado brasileiro, em novembro, seu carro-chefe tecnológico para a área de veículos de passeio, o pneu batizado de energyTM saver que, segundo a fabricante, é capaz de, sozinho, reduzir em quatro gramas por quilômetro rodado as emissões de gás carbônico (CO2) do carro. Fabricado com ligas especiais de sílica, o pneu, segundo os testes feitos pela empresa, é 10% mais leve que similares de iguais medidas, reduz o consumo de combustível e ainda exige menos espaço para frenagem em pista molhada. 

O pneu foi uma das vedetes da maratona de palestras e testes de campo organizada pela Michelin no seu centro tecnológico de Clermont-Ferrand, uma área de 450 hectares, com mais de 41 quilômetros de pistas de testes, onde trabalham mais de 3,2 mil pessoas. Questionado sobre o quanto o pneu é mais caro do que os concorrentes, Didier Miraton, membro da tróica que comanda o grupo em todo o mundo, preferiu rebater: "É 10% mais leve". 

Miraton disse que daqui a cinco anos a frota mundial de veículos terá dobrado, alcançando 1,5 bilhão de unidades. Nessa conjuntura, a ambição da Michelin é manter no mesmo nível atual, com a frota de 750 milhões de carros, o consumo de energia provocado por seus pneus. 

"O que queremos é não emitir nenhum grama a mais de CO2 (com o dobro da frota)", disse o executivo. De acordo com a Michelin, o pneu já foi escolhido por montadoras para equipar mais de 40 modelos de automóveis. 

A Michelin já tem também protótipos de pneus para equipar os carros elétricos do futuro e trabalha na redução do ruído gerado pelo contato do pneu com o solo, responsável por cerca de 60% de todo o barulho produzido por um carro regulado em movimento. 

Outra novidade foi o que eles chamaram de "o maior pneu do mundo", um gigante com 4,03 metros de diâmetro, 1,50 metro de largura e cinco toneladas de peso (sendo 890 quilos de aço, suficientes para fazer dois carros pequenos), capaz de suportar carga superior a 100 toneladas por pneu. 

Desenvolvido em parceria com a Carterpillar, fabricante de máquinas para mineração e terraplanagem, o pneu equipa caminhões transportadores de minérios que podem carregar até 400 toneladas de produto por viagem da mina aos sistemas de alimentação dos trens de transporte. Segundo Luc Minguet, diretor mundial da área de pneus para mineração da companhia francesa, os pneus estão sendo vendidos principalmente para operar em minas do Brasil, Peru, Chile e Colômbia. 

Apesar disso, não há planos para produzi-lo na fábrica brasileira do grupo, inaugurada em fevereiro deste ano no bairro de Campo Grande, Rio de Janeiro. Hoje ele é feito apenas na Espanha e nos Estados Unidos. Os técnicos da Michelin explicaram que a a construção da fábrica exigiu tecnologia especial, com prédios muito grandes que saíram do zero e que não seriam viáveis na expansão de uma fábrica já existente, como a brasileira.

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