21 de Outubro de 2008 - 12h:54

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Fundo imobiliário ajuda a preservar capital na crise

Por: Valor Econômico

Neste momento de forte turbulência nos mercados, os fundos de investimento imobiliários podem ser uma boa alternativa de proteção contra a inflação e uma forma de preservar capital, destaca o diretor de fundos imobiliários da Rio Bravo, Martim Fass, no podcast desta semana. Para o executivo, além de o fundo investir em um ativo real, o imóvel já pronto normalmente é gerador de renda cuja fonte são contratos de locação reajustados anualmente pelo IGPM. 

"É basicamente um ativo real com baixa volatilidade, que é uma proteção contra a inflação nesses tempos de turbulência", afirma. Fass lembra ainda que é baixa a correlação dos preços de imóveis com ativos como bolsa e câmbio, o que torna ainda mais interessante o investimento como diversificação do portfólio. Os fundos imobiliários têm sim, segundo ele, uma relação direta com a taxa de juro real. No momento que essa cai, o valor da cota sobe e vice-versa. 

A remuneração do cotista é formada pelas receitas geradas pelos imóveis, não só aluguéis e participações no faturamento como também a própria valorização do ativo. Por isso, a oscilação dos preços dos imóveis acaba sendo importante para o investidor. O diretor da Rio Bravo não acredita em queda dos preços, nem de lançamentos nem de usados, como impacto da restrição de crédito global. 

Segundo Fass, as incorporadoras já vêm reduzindo as expectativas de lançamento em termos de Valor Geral de Vendas (VGV) para o ano que vem, o que não deixa de ser uma forma que elas têm para controlar a oferta e não deixar os preços caírem - isso deve acontecer especialmente no segmento residencial, em que é esperado um aperto no crédito para as construtoras. O executivo também não trabalha com queda nos preços dos imóveis usados, por conta da maior demanda e da menor dependência de crédito . 

O segmento residencial, acrescenta o diretor, tende a ser o mais defensivo em época de crise, já que é o mais estável uma vez que, só em último caso, uma pessoa decide mudar para uma residência mais simples. Já o mercado de hotelaria deve ser o primeiro a sentir os efeitos de uma crise. Num segundo momento, o varejo seria, na opinião do executivo, o setor mais afetado por uma retração da economia, porque os contratos de locação, principalmente os de shopping centers, têm um componente que depende do faturamento das lojas. Ele ressalta, no entanto, que esses riscos só devem ser considerados quando há uma recessão muito forte por anos seguidos, o que não acontece atualmente. 

O segmento de fundos imobiliários no Brasil é relativamente pequeno. Fass estima que o setor tenha um volume de R$ 5 bilhões, sendo o patrimônio dos fundos listados em bolsa da ordem de R$ 2 bilhões. A íntegra da entrevista pode ser acessada no site da gestora: www.riobravo.com.br/podcast

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