24 de Setembro de 2008 - 13h:18

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Tesouro aceita supervisão e "resgate" avança nos EUA

Por: Valor Econômico

Embora os mercados não tenham reagido bem no fechamento de ontem, avançaram as negociações entre a administração Bush e o Congresso em torno do pacote de US$ 700 bilhões de ajuda a instituições financeiras em dificuldades.

O Tesouro fez várias concessões, concordando com maior supervisão na limpeza dos títulos e fornecendo ajuda a mutuários em dificuldades. Além disso, o governo concordou em assumir participação acionária em empresas beneficiadas pelo plano, medida que pretendia evitar.

Dois grandes temas concentram a discordância: a limitação dos pagamentos a executivos de instituições beneficiadas pelo socorro e mudanças na lei de recuperação judicial, que permitiria aos juízes ajustar as condições das hipotecas.

O secretário do Tesouro, Henry Paulson, alertou diretamente o Congresso a respeito dos perigos da inação e disse que não há um "plano B". O Congresso, por sua vez, quer se assegurar do controle do pacote, cada vez mais caro, de ajuda ao sistema financeiro.

Segundo fontes, também poderiam ser beneficiados pelo resgate créditos para a aquisição de automóveis e dívidas de cartão de crédito, o que poderia obrigar a uma ampliação do pacote.

A receptividade ao plano entre acadêmicos, políticos e analistas de várias matizes foi bastante hostil. Em relação ao pagamento dos executivos, o candidato republicano à Presidência, John McCain, pediu limites. Paulson receia que isso desestimule a adesão ao plano.
Enquanto isso, o banco de investimentos Morgan Stanley negocia uma parceria com o japonês MUFG, que assumiria participação de 10% a 20%.

Desanimados com a ausência de detalhes, os investidores venderam ações e se desfizeram do dólar, que caiu em relação às principais moedas. A Bolsa de Nova York fechou em queda de 3,27% e a Bovespa recuou 2,86%. Em relação ao real o dólar caiu 2% e encerrou o dia em R$ 1,79. Os preços do petróleo subiram 20%, registrando a maior alta da história em um único dia.

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