17 de Setembro de 2008 - 14h:05

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Juro real brasileiro amplia vantagem

Por: InfoBip

Com a decisão do Comitê de Política Monetária de elevar a taxa básica de juros da economia (Selic) em 0,75 ponto percentual, o Brasil, além de permanecer no primeiro lugar da lista de países com maior juro real, distanciou-se das demais nações, com folga de quatro pontos percentuais do segundo colocado. Conforme pesquisa divulgada pela consultoria UpTrend, a taxa a 13,75% ao ano leva a um retorno médio real de 8,1% no mesmo período, descontada a inflação dos próximos 12 meses, contra 4,2% verificado na Austrália.

Com a Selic em 13% ao ano, o Brasil apresentava juro real projetado de 7,2%, contra 5,7%, também da Austrália. O motivo dessa disparidade é o fato de que as perspectivas para a inflação brasileira caem, ao passo que a taxa de juro sobe. Em outros países, a situação é inversa.

"Essa situação dificulta o bom andamento da economia brasileira", afirmou Thiago Davino, economista da companhia. "O Banco Central continua sendo o vilão da política monetária, em um papel que ele tem de fazer para controlar a inflação. O problema principal da inflação é que o governo gasta muito, e gasta muito mal", avaliou o especialista.

Economista do Banco Real, Cristiano Souza concorda em que a política do Copom responde à necessidade do mercado. "Se compararmos o BC aos seus pares no mundo, ele foi o primeiro a perceber que haveria um problema de inflação e foi um dos poucos que, além de falarem grosso contra a escalada de preço, atuaram de acordo", avaliou. De acordo com Souza, a Selic encerrará o ano a 14,75%.

"Os apertos monetários demoram um tempo a fazer efeito. Em outubro e novembro devem começar a ter um impacto, mas o reflexo cheio só virá em 2009", previu.

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